sexta-feira, 21 de abril de 2023

Resposta 2 a Silvio Santos

 Querido Silvio Santos, li seu relato e achei muito

interessante sua forma de contar o ocorrido. Apesar de não me familiarizar com sua “crônica” por ter um pai extremamente presente e amoroso, me senti tocada na parte onde você diz que sofreu a maior parte das coisas para que seus irmãos não passassem por aquele trauma de forma mais intensa.

Quando meus pais se separaram, minha irmã tinha sete anos e eu 14, nenhum deles tinha o emocional saudável o suficiente para nos deixar fora da confusão e eu acabei presa no meio do furacão tentando proteger uma criança que nem era minha responsabilidade. Foi uma época exaustiva na minha vida, lembro de desejar todos os dias que eles me vissem e enxergassem o mal que me faziam e faziam e ela.

Gosto de pensar que as pessoas nos dão o que são capazes de dar, e naquela época meus pais estavam tão tomados por frustrações e medos que não conseguiam enxergar o problema que nos causavam, mesmo que todo o resto do mundo conseguisse. Não acho que tenham feito de propósito, e caso tivessem eu teria sido a primeira a me rebelar e não ter contato nunca mais, pois apesar de pensar do jeito que descrevi acima também acho que quem é capaz de nos fazer mal estando ciente do que faz não merece nossa compaixão nem nosso perdão.

No seu texto não ficou muito claro pra mim se seu pai é um pai ruim pra você conscientemente ou não, mas me parece que sim. Você diz que trata ele com respeito porque “não deixa de ser seu pai”, mas você também nunca deixou de ser filha dele e mesmo assim ele te trata mal e te desrespeita. 

Laços familiares deviam ser laços afetivos, não correntes que te prendem a pessoas que não te consideram e nem se importam com o seu bem estar.

Sinto muito por essa situação, e espero que um dia ele perceba a filha incrível que ele sempre teve, mas nunca conseguiu enxergar.

  • Apollo Creed.

2 comentários:

  1. Ótima estrutura, boa pontuação e uso de palavras. Excelente

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  2. Gostei do seu texto, principalmente da maneira que expôs sua situação e a relação que fez com o relato do Silvio Santos. Gostei muito da frase "laços familiares deviam der laços afetivos, não correntes que te prendem".

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