É um dia como qualquer outro. A arquitetura da impenetrabilidade isola Rômulo
Castelo com seus pensamentos. O pianista passou a juventude acreditando que suas
realizações pessoais seriam provindas do sucesso musical, da apreciação inquestionável
ao som de seu piano. Depois de Marisa e das crianças, sua compreensão do que é
importante foi abalada. Suas raízes mais profundas o convidavam a amar, porém o amor
não era parte de sua lista de valores. O que deveria ser um passatempo corriqueiro de
repente foi ganhando importância em sua vida, mas Rômulo não poderia deixar que os
prazeres sociais sobrepusessem sua arte.
Assim, Rômulo encontra-se em sua fortaleza, confuso. Ele tenta concentrar-se nas
notas, porém seus pensamentos são automaticamente direcionados para Franz, algo o
diz que ele está negligenciando seu filho. A ansiedade tenta comunica-lo de que ele não
está fazendo o que deveria, mas Rômulo não quer ignorar suas raízes. Então, ele
continua a tocar, mesmo que de forma artificial e sem paixão. Se há uma certeza em sua
vida, é de que a música transmite os sentimentos do músico, ele sabe que não está feliz,
mas não admite para si mesmo.
Desta forma, ali mesmo em sua caverna, com a testa franzida e os dedos a
tamborilar, a agonia o abraça. A histeria expõe suas dúvidas, dúvidas que não
necessariamente ele se questiona conscientemente. Logo, o simples pensar não o leva à
felicidade. Daí vem a sua paranoia, daí vem sua dor fantasma.
-Linguini
Adorei o texto,e principalmente a referência ao título do livro! Achei que você conseguiu transmitir o sentimento que Romulo deve sentir sobre seu perfeccionismo e sua relação com Franz
ResponderExcluirGostei da descrição de como esse sentimento foi crescendo dentro dele, e também, da ótima referência ao nome do livro no final.
ResponderExcluirTexto com boas pontuações, a referência ao nome do livro no final muito bem colocada. Só achei que faltou um pouco mais de desenvolvimento no último parágrafo e esteticamente parece que o texto vai diminuindo, não sei se essa foi a intenção.
ResponderExcluirótimo texto, boa construção dessa perspectiva de Rômulo,também gostei da referência ao nome do livro
ResponderExcluirGostei da crônica, no geral é um ponto de vista super válido da história. Achei que a divisão de parágrafos poderia ser um pouco melhor.
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