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 Tudo começa com uma sutil e quase imperceptível voz, ela comenta as impressões que tem sobre mim e sobre as decisões que tomo, todos os dias. Normalmente, ela passa despercebida pelos milhares de pensamentos e futilidades do dia a dia, escondida em um pequeno lugar da minha cabeça pensante e extremamente ocupada com as tarefas. Porém, em momentos ela se torna uma prioridade. Uma voz indiferente rapidamente se amplifica para um volume ensurdecedor, tão intenso quanto um estádio de torcedores em um jogo de futebol. Todavia, estes gritos não são positivos, muito menos de comemoração.

Estas infinitas vozes me destroem nos meus momentos mais frágeis, naqueles onde já estou inseguro. Seja enquanto faço um trabalho de uma matéria que não me sinto confiante ou quando estou conhecendo alguém pela primeira vez, ela direciona meu foco para pensamentos de autodesprezo. “Você é incompetente, não sabe se esforçar. Se continuar assim nunca vai ter sucesso na vida”; “Tudo em você é feio, deve ser desconfortável ter que olhar para o seu rosto”.

Por mais que eu tente silenciá-las, parece que sempre conseguem sua vitória. Instantaneamente transformo em verdade todas aquelas falas errôneas sobre mim, ficando totalmente desamparado e duvidando de cada aspecto bom que uma vez já usaram para me definir. E apesar do processo de reconquistar meu autovalor não ser fácil e nem rápido, eu continuarei, aqui, tentando suprimir até meu último dia estas malditas vozes.

 

This is me trying

 

Nils Sjöberg