Aprisionamento
No ensino fundamental fazia parte de um grupo de amigos extremamente unido, era literalmente impossível você me encontrar sozinho na escola, estava sempre junto dessas pessoas. Não sei dizer (ou não lembro mesmo) como que essa união foi se formando, parece que de um dia pro outro acordamos melhores amigos, mas acho que isso é normal nessas amizades infantis.Foi no ensino médio que as coisas começaram a mudar. A escola que estudávamos acabava no 9° ano, o que faria todos nós se separarmos, no entanto, conversamos com nossos pais e fomos todos para a mesma escola. Eu acreditava que a nossa amizade conseguiria se manter viva, mas não foi o que aconteceu. Em um piscar de olhos, nessa transição escolar, vi o grupo que era tão unido se afastar, novas amizades e novos coletivos se formando, e eu a deriva, sem entender muito o que estava acontecendo, hoje sei ,que nesse momento, nascia um trauma.Em meio ao caos na minha cabeça, resolvi depois de um ano mudar de escola e tentar criar novos vínculos ( o que não estava conseguindo desde a ruptura de meu antigo grupo) . Nesse período na nova escola comecei a sentir as consequências desse trauma adquirido: dificuldade de se comunicar e interagir com outras pessoas, e uma tendência a me auto sabotar. A resposta que encontrei para viver essa nova fase foi o “aprisionamento”, onde tentei esconder todos os efeitos do trauma vivido, e fingir que estava tudo bem.Consegui fazer alguma amizades que tenho até hoje, mas o ato de guardar todos esses sentimentos dentro de mim ainda me prejudica, fazendo com que eu duvide muito das ações que tomo, sempre como se eu tivesse tomando a decisão errada. A música tem sido um grande aliado nesses momentos mais difíceis, parece que quando a escuto esqueço de todos esses meus problemas e entro em outra realidade.Atualmente, o próprio fato de eu estar cursando jornalismo, já é um desafio muito grande para mim , pois é um curso onde a comunicação é essencial, e a dificuldade de “comunicar” é um dos efeitos que o trauma me trouxe. Sei que o meu maior problema é o aprisionamento de todos esses sentimentos dentro de mim, e sei que ainda vou viver diversas situações onde terei que enfrentar desafios maiores que o jornalismo, espero que eu esteja pronto.
Querido Dai,
ResponderExcluirPermita-se vivenciar a beleza de um mundo imperfeito com pessoas imperfeitas e capazes de errar (de forma apaixonante)!
Abra-se para tentar novamente, você só saberá o que te espera do outro lado caso se permita! Falar é ser você, é expressar sua essência!
A experiência de cursar jornalismo será única, certamente! É hora de deixar essa gaiola!
Quanto a sua estrutura textual, sinto falta de um vocabulário mais rico e um jogo de palavras mais bem trabalhado.
Agradeço pela oportunidade de compartilhar seus traumas conosco!
Com carinho,
Shaolin, o matador de porco
Dai, primeiramente devo parabenizá-lo pela construção de seu pseudônimo, arrisco dizer um dos mais criativos dessa nova leva. O palíndromo formado por Dai Iad por si só já é uma prova enorme do seu caráter criativo, e por mais que o texto seja simples, sinto no meu instinto que você tem muito mais a nos mostrar.
ResponderExcluirSobre as amizades, elas vêm e vão, mas nesse ping-pong da vida, nós encontramos alguns desajustados como nós, e esses acabam fazendo tudo valer a pena. Não tenha medo de viver, nosso tempo é curto demais pra você se aprisionar com coisas e noções que você mesmo criou.
Com afeto, Argus.
Dai, vejo como a mudança é sempre assustadora e o sentimento de abandono pode mesmo traumatizar. Embora seja um bom texto, há elementos q precisam ser melhorados, não quanto a estrutura, mas quanto a criação de um vínculo mais forte com o leitor (talvez dando um pouco mais de destaque ao sentimento de abandono em meio a suas causas e consequências). Espero q vc se liberte desse trauma e consiga voltar a se expressar sem amarras. Não tem como saber quem somos mas garanto q vc tem toda liberdade de vir até mim para se comunicar e eu responderei, e com certeza não sou o único que faria isso. E se vc se cansar de mim pode apenas se afastar. Vc tb pode ser a pessoa q segue em frente e deixa o passado para trás.
ResponderExcluirDai, ciclos começam e se encerram. É a ordem natural das coisas: pessoas vêm e vão. Aprecie sua companhia e se ame para nunca se sentir sozinho. Você deve se bastar. Gostei do texto e da estrutura textual.
ResponderExcluirCom carinho, Aria.
Dai, sempre que quiser,pode conversar comigo. Você está em um abiente seguro e acredito que a nossa turma vai o acolher bem. Gostaria muito que você tentasse se entregar mais aos novos laços e se permitir ser feliz, ser triste, ser humano. Quem se afasta nem sempre está mais saudável que você e nem sempre é por sua causa. Adorei seu texto. Espero que fique bem.
ResponderExcluirAbraços
Dai, mudar de ambiente e construir novos laços é desafiador para todos. Infelizmente, o distanciamento de algumas pessoas faz parte da vida e é tão natural que não sabemos explicar como isso ocorreu. Saiba que estou de braços abertos para te acolher, assim como a nossa turma. Obrigada por compartilhar o seu trauma e acredite, é só o começo de uma grande jornada. Você ainda vai crescer muito no curso, assim como a sua escrita. Fique bem.
ResponderExcluirCom carinho, Elizabeth.
Querido Dai, como uma amiga minha sempre fala: "ciclos se fecham". A questão em si é como nós lidamos com aquilo que tanto nos afligem.
ResponderExcluirSei bem, assim como você, como é ver seu ciclo de amizades mudar drasticamente. Não é uma experiência muito legal, não é mesmo? Mas o que importa são as lições que levamos para a vida!
Com amor, Glória Maria!
Di, querido, que texto fenomenal, também já sofri com amizades que se acabaram e sei exatamente o que você sente, realmente horrível. Se permita viver novas experiencias e principalmente seja você, acredito que o tempo vai curar esse sentimento ruim. Beijos, Manu.
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