Viver diariamente na nossa própria pele não é sempre fácil. Existem os dias ruins, os dias difíceis, os dias cansativos e, por vezes, esses dias são mais frequentes que os dias de plena felicidade. E tudo bem, porque tudo bem não estar sempre bem. Tudo bem não ser o melhor de si todo dia porque é exatamente isso que é a vida: ciclos de dias bons e dias não tão bons assim. E tudo bem por isso também. 

Ou estava tudo bem, até o momento que se criou o hábito de mascarar a realidade e tirar a naturalidade de não estar bem. Se tornou uma obrigação ser sempre o melhor de si, mesmo isso sendo humanamente impossível. Surgiu uma necessidade de mostrar que pode ser melhor que o outro, mesmo não se tratando de uma competição, porque nunca foi sobre isso. 

A atualidade trouxe uma vitrine de vidas sempre boas, sempre felizes, sempre saudáveis, mas nenhuma vida real. Uma exposição de pessoas incríveis que só são incríveis da tela pra fora, porque por dentro ainda lidam com o fardo de serem elas mesmas até nos piores dias. A disseminação de uma padrão de vida perfeito se tornou frequente, mas não foi capaz de tornar esse padrão real, porque no final de tudo ainda se trata dos mesmos ciclos de dias bons e de dias não tão bons assim.

Por Aria Masiul