Minha solidão
Me lembro que em alguns momentos, quando mais jovem, eu fazia um questionamento na minha cabeça: será que vou viver uma vida solitária? Desde então, a solidão é um dos meus maiores medos. Com o tempo, para combater esse medo, toda vez que esses pensamentos vinham à minha mente eu pensava na minha família, principalmente nos meus pais, e eu realmente imaginava que ainda teria muitos anos para viver com os dois.
Mas tudo mudou quando, em um curto período de tempo, perdi contato com amigos muito próximos e vivenciei a experiência mais dolorosa e traumática da minha vida: o falecimento do meu pai. A partir desse choque, percebi que tudo aquilo que pensava sobre ter muitos anos para viver com os dois já não era realidade.
E todos esses acontecimentos resgataram aquele antigo medo.
Com o tempo, acabei superando esses acontecimentos e criei novas amizades, vivi grandes momentos e colecionei experiências com pessoas que eu adorava, podendo considerar esse período como o melhor da minha vida. Porém, a chegada da pandemia acabou com tudo isso e quebrou a minha expectativa de passar outros anos convivendo com essas pessoas diariamente.
E novamente eu me via na solidão, vivendo dias sem falar com ninguém e passando madrugadas acordado, completamente imerso nas memórias de bons tempos e na tristeza de chegar a conclusão que provavelmente não viveria aqueles bons momentos com os amigos.
Após passar por esse evento traumático, novamente aquele medo veio à tona e até hoje faço o mesmo questionamento: será que vou viver uma vida solitária?
Freddie Mercury
Por Freddie Mercury
Incrível como somos tão conectados com tudo e com todos, mas ao mesmo tempo nos sentimos sozinhos. É o medo do século.
ResponderExcluirÉ uma ótima reflexão a se fazer.
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Querido Freddy,
ResponderExcluirNossos medos costumam ter grandes relação com nossa infância, você costumava ser deixado sozinho para pensar como forma de castigo?
Estar sozinho não é um castigo, na verdade considero uma dádiva. Seja inebriado pela experiência de conhecer a si mesmo!
A solidão só existe, quando não se está aberto para novas experiências! Pessoas são inesquecíveis, mas você pode substituir companhias conforme os ciclos se encerram!
Sobre sua estrutura textual, deixo meus elogios! Ideias bem construídas e bem trabalhadas! Parabéns!
Com carinho,
Shaolin, o matador de porco
Obrigado pelo carinho e pelos elogios Shaolin. Sobre a infância, nunca sofri de muitos castigos por ser uma criança muito tranquila, acredito que esse medo tenha surgido por outras situações.
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Freddie, sinta-se abraçado por mim. É curioso, realmente, como disseram acima, como somos conectados e ao mesmo tempo não. As suas palavras vieram carregadas de melancolia e me vi recordando este mesmo medo, porém, o que chama de solidão exatamente? Em algumas ocasiões podemos estar cercados de pessoas e ainda assim nos sentir-mos sós. Permita-se conhecer-te a ti mesmo. Veja bem, quando conhecemos exatamente o que tememos e quais as razões de temermos é maravilhoso, porém não ficou claro pra mim se você teme a solidão ou se teme o próprio medo. Espero que obtenha suas respostas, se você as estiver procurando. Fique bem.
ResponderExcluirCom carinho,
Lilith
Obrigado pelo carinho Lilith. Sobre o que você disse, temo a solidão em si, mesmo estando rodeado de amizades me sinto sozinho em muitos momentos, principalmente quando é necessário desabafar para superar um problema. Talvez todas essas questões sobre solidão sejam muito mais complexas e confusas, ainda estou tentando desvendar.
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Freddie, a beleza da vida está naquilo que é passageiro, e mesmo assim, são justamente esses os momentos que menos apreciamos. Apesar disso, tenho certeza que aquilo que você mais sente falta no seu pai não está em uma memória de um momento específico, mas na carência da presença dele no cotidiano, na forma como ele falava, na maneira como ele andava, no som da voz, na forma como era confortável aquele abraço no qual, mesmo sem admitir, você podia derrubar suas defesas. O calor de um pai é como uma fogueira em um dia frio, e o mais mágico nisso, é que eles nos aquentam mesmo que já tenham partido. Seu texto foi tão transparente nesse aspecto, que me fez resgatar na memória o amor que tenho pelo meu próprio pai, e me incentivou a amá-lo mais enquanto ainda o tenho. Obrigado.
ResponderExcluirCom afeto, Argus.
Freddie, me identifiquei com esse medo que te assombra, porque também sinto um medo absurdo de ser sozinha, e mais medo ainda de não ter tempo suficiente com aqueles que eu amo. Sinto muito mesmo pelo falecimento do seu pai. Quanto ao texto, foi extremamente bem escrito, gostei muito.
ResponderExcluirCom carinho, Aria.
Freddie, meus sentimentos pelo falecimento do seu pai. Pelo seu texto, pude notar o quanto você era próximo dele e ainda é da sua mãe. Infelizmente, estamos nesse mundo só de passagem e a perda daqueles que amamos é inevitável. Saiba que eu compartilho do mesmo medo que você. Também me distanciei de muitos amigos na pandemia, afinal, é inevitável encerrar alguns ciclos. Pessoas vão e outras vem, esse é o fluxo da vida. Tente não se prender ao medo da solidão (sei que é difícil) e focar no agora, no viver tudo de bom que essa nova fase tem a oferecer. Gostei da construção do texto, está bem claro e estruturado.
ResponderExcluirCom carinho, Elizabeth.
Freddie, obrigado por se abrir aqui conosco. Sinto muito pela sua perda. Espero que consiga encontrar forças para enfrentar a saudade do seu pai.
ResponderExcluirA morte realmente nos coloca diante de questões existenciais intensas. Eu acredito que é um turbilhão que passa pela sua cabeça, mas com um tempo ele diminui. Seus momentos com amigos voltarão, por onde você for, vai conseguir voltar a conversar e dar risadas das coisas simples. Tudo leva um tempo. É duro ter que aguardar as coisas boas acontecerem, mas um dia elas acontecem. Acredite.
E quando se sentir sozinho, escreva, grite.
Abraços do Liev.
Freddie, parabéns pelo seu texto! Às vezes o medo da solidão faz com q nós mesmos nos isolemos e nos ponhamos nessa situação de onde queríamos fugir, esse foi um dos pensamentos q seu texto evocou em mim. Se ver na situação de pandemia te trouxe de volta a esse momento traumático q vc pensava ter superado, talvez. Mas esse não é o tipo de perda q se supera. Vc terá sempre altos e baixos e espero q aprenda a lidar com eles.
ResponderExcluirFreddie, me identifiquei muito com seu texto, pois sofro também desse medo da solidão, parabéns pela coragem de expor assuntos tão íntimos. Achei muito interessante o fato de você começar e terminar seu texto com a mesma indagação, tornando o texto muito bem "conectado" entre si. A sua escolha de palavras tornou o texto profundo e ainda mais próximo ao leitor. Ansioso pelas suas próximas produções.
ResponderExcluirQuerido Freddie Mercury, o medo da solidão também me assombra!
ResponderExcluirTalvez estejamos fadados á ficar á deriva.
Talvez seja só um momento, só um trauma que em breve iremos superar.
Eu, na verdade, prefiro a segunda opção!
Espero que fique bem.
Com Carinho, Glória Maria!