sexta-feira, 22 de abril de 2022

 Minha felicidade ou felicidade para as redes?


Likes. Views. Hashtags. Engajamento. Todas essas palavras fazem parte do nosso vocabulário hoje em dia. Esse ritmo acelerado que orienta a sociedade é o retrato da modernidade líquida que Bauman fala. Tudo ao nosso redor parece estar ligado a lógica do imediatismo, onde as dancinhas do Tik Tok, bordões, tweets começam a “hitar” de maneira avassaladora, também as tornam obsoletas na mesma velocidade. Nesse sentido, as redes sociais são os principais catalisadores dessa montanha russa do que está em alta e em baixa. 


Quem de nós não gosta de ter uma foto com muitos likes ou comentários? Quem de nós não gosta de mostrar as nossas conquistas, nossas viagens ou até mesmo simplesmente um pouco da nossa rotina? A menos que você seja “low profile”, todo mundo gosta de mostrar um pouquinho de conteúdo nas redes. 


A grande questão das redes sociais, para mim, é a seguinte: a imagem que você constrói sobre você é aquela que você gostaria de passar para as pessoas ou ela realmente retrata quem você é? Eu diria que, em grande parte dos casos, estamos sempre em busca de aprovação daqueles que nos acompanham (e eu me incluo nisso). Estamos sempre preocupados em ter a aprovação dos outros e esquecemos de nos perguntar se nós estamos publicando algo em nossas redes porque gostamos ou simplesmente porque queremos estar encaixados nos padrões que a sociedade nos impõe como a vida ideal? Por isso, acabamos por criar uma personagem em que estampamos uma “felicidade de vitrine” em nossas redes.


A minha personagem criada para redes estampa sorrisos, paisagens, amigos, viagens e algumas das minhas memórias favoritas que construí nesses últimos anos. Ao mesmo tempo, essa personagem esconde as minhas inseguranças, medos, fraquezas e insuficiências. Ninguém gosta de se mostrar vulnerável nas redes por medo de estar longe do padrão de felicidade que elas impõem como o padrão de vida ideal. Para mim, o grande problema dessa realidade que as redes nos trazem é que não somos felizes e vitoriosos em 100% do tempo, mas tentamos mostrar que somos. Essas falsas histórias que contamos nas nossas redes, acabam criando padrões de felicidade, beleza e estilo de vida que muitas vezes não conseguimos alcançar. Isso pode nos gerar frustrações que se somam as nossas fraquezas e medos que estão retraídos e foram não externalizados. Tudo isso acaba virando uma bola de neve que reflete no nosso dia a dia do mundo real, e lidar com esses sentimento de impotência por não estar encaixado no padrão social criado pelas redes pode ser avassalador. Por isso meus caros amigos, pergunto a vocês: a felicidade que vocês transmitem nas suas redes é aquela que te faz se sentir completo e realizado ou é aquela que mais te rende likes e comentários?

Por Bluebird Roger

3 comentários:

  1. Bluebird Roger, eu gostei do seu texto, mas quero gostar mais. Não sei se consigo ser claro. Eu vi que você empregou bastante os verbos na primeira pessoa do plural e segunda do singular, e deixou de se colocar mais claramente. A estrutura está ótima, só falta mais detalhamento de como você sente isso tudo.

    Liev

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  2. Oi, Bluebird! Vou concordar com o comentário acima: gostei, mas queria ter gostado mais. Seu texto em muito se parece com uma redação à la UERJ ou uma coluna num jornal, mas não consigo ver a identidade Bluebird nele. Como você se sente? Acho que seria interessante exercitar a questão do eu antes dos outros; o proposto nessas crônicas é falar sobre nossos sentimentos frente as mazelas da sociedade, e não deixá-las tomar o protagonismo. Visto isso, aguardo por mais escritas suas!

    Com carinho,
    Inez

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  3. Querida Bluebird, eu realmente gostei muito do seu texto, mas concordo com os outros comentários á respeito que eu não consegui identificar a sua personalidade...

    Abraços, Glória!

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