A vontade se estabelece como a morte. Um desejo afiado... uma faca
transpassando o corpo.
Consciência monstruosa, quase uma maldição.
Meu nome é Hamlet e eu contemplo o fantasma de minha ambição.
Solidão soturna, toma-me o silêncio. Ora... como se eu conseguisse gritar.
Passam as pessoas, passam meus sonhos, e eu não tenho coragem de falar. A fala, a
sandice... eu gostaria de estar acima de um palco em um monólogo eterno.
Pondero, mas... tenho de correr.
Não há tempo, por que haveria? As pessoas... elas conspiram perenemente
contra a minha face. Minhas bochechas como as de uma criança, rosadas, um querubim
a chorar trancado em uma sala de abstração... estou presa em um manicômio hediondo.
Olho para o céu.
O diretor pede pelo silêncio.
Todos riem, dançam, e eu estou parada, estagnada em minha própria
incompetência. O que seria existir, efetivamente, dentro de toda a normalidade possível
de uma comunidade humana longe dos misantropos e dos tolos?
Sou tomada pela caverna de minha vida, uma ermitã, só e ignorante.
A alienação de meus olhos, eles veem e nada entendem.
O homem ri em uma conversa constante com seus colegas diante de um mar de
um azul sereno.
Onde está a humanidade?
Perdida como uma sombra em uma parede. Uma compreensão platônica da
existência.
Em meu quarto, tomada pelo silêncio... a plateia aplaude o primeiro ato.
Fúnebre introversão.
Christine Daaé
Eu acho que seu desejo é sobre ser incluída, ser aceita, compreendida, ouvida e não estar sozinha. Acho que você se sente julgada pelos outros e, por isso, reprimi suas falas, suas vontades e acaba se isolando, Não se isole, Christine! Quero ouvir o que você tem a dizer.
ResponderExcluirAmei seu texto, incrivelmente bem escrito. Se esse texto é um reflexo do que você realmente sente, Christine, então eu espero que um dia você possa ser ouvida e incluída. Sair da zona de conforto deve ser difícil, mas saiba que, no mundo lá fora, sempre haverá aqueles que te aceitaram como você é.
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