Terca-feira, mais um dia comum de nossa semana. Mas nessa Terça algo diferente aconteceu, algo que ficou em minha mente durante o resto do dia. Aula de oficina de leitura, estávamos lendo crônicas, enquanto alguém pede para entrar na sala. Não consegui ver quem era, provavelmente seria algum aluno querendo divulgar algum trabalho ou ação, mas o professor não deixou entrar e fez um sinalzinho de que voltasse depois. A turma continuou lendo a crônica. Após terminar o debate, o professor pediu para que a pessoa que esperava do lado de fora entrasse. Foi impactante. Não era nenhum aluno ou professor e sim uma senhora. Uma senhora com uma aparência pálida e bem nervosa. Ela nos contou que estava com câncer no cérebro e que não tinha mais condições de trabalhar, por isso estava com dificuldade de pagar o aluguel do apartamento onde morava com suas duas filhas crianças. Ela estava nervosa, disse que tinha vergonha de precisar fazer isso. Aquele nervosismo e angústia que transparecia nela me deixou mal. A sala estava em completo silêncio, ninguém esperava aquilo que estava acontecendo. A senhora pediu para que alguém pudesse ler a carta que ela tinha feito, já que ficava com muita dor de cabeça quando estava nervosa. Nosso colega leu. A sala continuou em silêncio. O professor colocou o pix dela no quadro e a senhora foi embora. Naquele momento a sala ficou em silêncio durante uns 2 minutos. Todos ficaram impactados com o que tinha acontecido, talvez por não esperarem aquilo dentro de uma sala de aula. Uma situação muito delicada. Fiquei o resto do dia pensando naquilo que tinha acontecido. Dona Carolina, esse era o nome da senhora que mudou minha Terça-Feira.
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