Toda vez que entro naquela loja instantaneamente um largo sorriso se abre em meu rosto. Caminho entre as gôndolas, araras e manequins, caminho com gosto, com vontade, com imenso prazer. A cada passo minha cabeça e meus olhos se viram desesperadamente a fim de contemplar cada peça de roupa exposta.
Ao me interessar por uma peça, vou em sua direção. Levo minhas mãos ao cabide, sinto o trançado das linhas em meus dedos, adorando aquela linda peça de roupa. O trançado das linhas, a textura do tecido, a rigidez dos botões, zíperes e acabamentos são como a mais bela obra prima.
Penso em vestir aquela linda peça de roupa e vou quase que correndo ao provador. Visto-a e ao me ver no espelho chego a conclusão: caimento perfeito. Com a peça ainda em meu corpo constato que aquela bela peça de roupa foi feita pra mim, estava apenas me esperando - a consumista perfeita ou quase perfeita.
Me dirijo ao caixa e enfrento ansiosamente a fila. Chega a minha vez e já é hora de realizar o pagamento. Me pergunto em pensamento: Crédito? Débito? Dinheiro vivo? Pix? Pix parcelado?
Enquanto o operador de caixa me aguarda e presencia aquela cena de dúvida e sufoco, me dou conta de que aquela linda peça de roupa, que me caiu perfeitamente, não é uma necessidade, afinal, tenho tantas peças de roupa perfeitas no meu armário que nunca foram usadas, pois são tantas que perco de vista. Me encontro mais uma vez em uma atitude compulsiva. Na compulsividade desse delicioso "comprar".
Me retiro da loja e sigo meu dia adiante. Mais uma peça de roupa perfeita que terei que tentar esquecer.
Assinado: Cobra
Adorei! Muito boa a maneira na qual o texto é conduzido.
ResponderExcluirAdorei seu texto! Só mudaria algumas palavras, para evitar muitas repetiçõe. Mas gostei mesmo!
ResponderExcluirAdorei! O desejo do consumismo é o mais fácil de se identificar...
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