sábado, 27 de maio de 2023

Para Meu Primeiro Fake,

   Por trás de todo perfil anônimo, existe um alguém não tão anônimo assim. Uma pessoa com uma vida, com sentimentos, com cicatrizes. Para, então, tentar entender e (re)conhecer “Meu Primeiro Fake”, reli cada um de seus textos. Aqui, deixo claro que minha intenção não é adivinhar quem está por trás da autoria, mas apenas compreender você através de sua escrita. 

   “Meu Primeiro Fake” parece muito comigo. O perfeccionismo, a solidão, o amor e o medo foram alguns dos temas escolhidos por você. Sua escrita é bem característica e, pessoalmente, confesso que gosto muito de seus textos. 

   Peço, agora, licença humana e poética para descrevê-la: vejo uma pessoa sensível, ainda que queira ser fria; vejo um alguém que quer amar e ser amado, mas ainda sente dores nas cicatrizes. Enxergo uma culpa que não é sua, uma vontade de viver que acanhou-se diante de alguns medos. Percebo uma autocobrança. Além disso, você se autointitula “anti-amor”, mas ao mesmo tempo fala muito sobre ele. Sua força, quando narra a perda e a ausência, me inspira. Sua sensibilidade e cuidado me emocionam bastante.

   Honestamente, e talvez eu esteja fugindo de parte da proposta dessa semana, optei por não imaginar aparências. Acho que a profundidade de conhecer alguém apenas pela escrita está nos sentimentos colocados ali. É conhecer primeiro por dentro, e depois por fora. 

   Se eu pudesse te dizer alguma coisa, seria aquilo que você já disse em um de seus textos, em uma alusão que achei brilhante: por baixo de uma armadura pesada, há um coração que anseia por ser amado. Permita-se, quando se sentir pronta. 

Com carinho,

            Lia Navarrette

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