Ouvir Dona Carolina contar sua história foi como voltar ao passado. Revisitar um tempo em que os corredores de casa estavam preenchidos pela ansiedade, pelo medo. A dor em sua forma mais pura e silenciosa. A dor em uma doença.
As circunstâncias, porém, eram diferentes. Dona Carolina pedia por auxílio. Precisava, então, de uma empatia que sobrepõe o emocional e perpassa a linha do financeiro. É sobre o apoio, em todas as suas formas. Quem poderia duvidar?
Somos humanos. Escolhemos acreditar na palavra de alguém. Nossas vivências guiam nossas decisões. Eu, por exemplo, escolhi acreditar na senhora que, gentilmente, pediu por um pequeno espaço, pediu por voz, pediu por ajuda.
Jamais saberemos da verdade. Nunca teremos certeza ou clareza sobre aquilo que envolve o outro. Principalmente um outro que está tão longe, mas também tão perto.
Fico com a (re)lembrança que Dona Carolina me passou quando contou sua verdade: agradecer por cada dia vivido. Quem, em algum momento, teve um encontro com o câncer, ainda que em outra pessoa, sabe o peso disso.
Agradeça.
Lia Navarrete
Gostei demais de sua escrita, e da reflexão que você propôs
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