Peguei o elevador para subir de andar em andar, indo de sala em sala, até chegar ao quinto
andar, andando bem lentamente pois os movimentos bruscos me causam dor de cabeça,
fiquei na frente da penúltima porta do corredor esperando um sinal do professor que estava
na sala liberar a minha entrada. Entrei lentamente na sala e fiquei perto da porta, não
conseguia falar, parecia que um nó se formou na garganta e para segurar o choro e evitar a dor
de cabeça resolvi pedir alguém para ler o que escrevi. Enquanto a pessoa lia o meu
comunicado, um filme se passava na minha mente, lembro de quando o médico disse que o
diagnóstico deu positivo para o câncer, fiquei aterrorizada. Por mais que fosse para ajudar na
minha cura, os dias que eu precisava ir para a radioterapia eram os piores. E o pior era ter
pedido demissão do emprego, pois já não tinha forças e precisava ficar de repouso, tudo ficou
mais difícil após isso, passei a viver de doações para conseguir manter o aluguel da casa, para a
radioterapia e os remédios. Esperar a boa vontade das pessoas enquanto você não pode fazer
nada é desesperador, não ter ninguém para ajudar, não ter família ou amigos, não ter um
amparo sequer. Ter que enfrentar tudo isso sozinha, não ter a certeza de que vou conseguir
pagar o aluguel da casa, não saber se vou ficar bem, tudo é bem angustiante. Ao terminarem
de ler meu comunicado, lágrimas brilhavam nos meus olhos e meu rosto estava pálido,
agradeci a turma e ao professor pela oportunidade de dar meu comunicado e saí da sala. Fui
embora pensando que já tinha ido a todos os lugares possíveis para pedir ajuda e já estava
bem cansada, nesse momento a tristeza, dor e angústia ultrapassaram meu rosto. Precisava
esperar alguém doar dinheiro para me ajudar, esperar para descobrir se irei conseguir pagar o
aluguel, esperar o resultado da radioterapia, que torcia muito para dar certo, só me restava
uma alternativa, a mais difícil, esperar.
Marimar
Seu texto me teletransportou pra dentro do que eu imagino que sinta o coração de Caroline. Adorei a escrita
ResponderExcluirVocê passou perfeitamente o sentimento de angústia que Carolina deve sentir. Apesar de achar que em algumas partes a pontuação poderia ser diferente, adorei tua escrita
ResponderExcluirAdorei o texto, apesar da pontuação um pouco confusa e da inexistência de parágrafos o texto nos leva a sentir e imaginar exatamente o que a "personagem" estaria sentido, acho que o uso da primeira pessoa me fez gostar mais por também ter usado no meu texto.
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