sexta-feira, 28 de abril de 2017

Dia 25 de abril de 2017, Bepiton Xikrin acorda e mais um dia já sabe de sua missão. Dorme mal, prefere o cheiro de sua terra no Pará. E era por ela, seu cheiro e suas riquezas, que dormia mal e que estava em Brasília ao lado de sua tribo, os Xikrin, e mais aproxidamente 3 mil índios de dezenas de outras tribos indígenas habitantes de terras brasileiras. Levanta em meio ao clima tenso que paira no acampamento desde que chegaram. Sente desespero, muito mais do que raiva, a qual dominava os pensamentos dos os outros indígenas. Desespero por sentir a possibilidade de perder teu lugar, tuas origens, tuas tradições, tua mãe,tua vida, tua terra. Queriam tirá-la dele pouco a pouco, até o vestirem, o empacotarem e o puserem em uma fila de emprego em meio ao caos do centro de uma cidade grande.
Só que este sentimento não é o único que domina Bepiton, junto a ele sente também o orgulho, orgulho de ser indígena Xikrin. Com isso no coração, ele põe tuas vestes, tua cultura, pega teu arco e tua flexa e vai exigir o reconhecimento de sua terra. Vai exigir que o reconheçam parte, filho dela. Vai lutar se for preciso, vai com tua sabedoria e garra falar aos mais novos, falar ao novos habitantes que se acham donos, donos de terras das quais eles não sabem é nada. Vai com tua pintura, teu arco e teus irmãos. Vai em busca de demarcação.

Diana Knowles.

2 comentários:

  1. Achei sucinto, no entanto, perene. Sugeriria um pouco mais de lirismo e oralidade.

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  2. achei bem literal. Gostei, mas faltou um pouco de lirismo, na minha opinião.

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