Hoje você não vai falar. Hoje não é seu dia. Hoje você não é guia. Eu sou.
Essa é para você, mas vamos acordar aqui, nessa curta linha, que nos apetece mais falar d'ELA.
Não que eu tenha tanta propriedade para falar, sou apenas testemunha, sou ímpar enquanto vocês
são par. Puxa uma cadeira, relaxa. Hoje - por mais improvável que pareça - você só vai escutar.
No primeiro dia eu te vi usá-la -sem pudor, sem vergonha-, mas no segundo eu compreendi que há
cautela mesmo quando não há ela. Eles lhe viram quando ela lhe conferiu voz, eles a escutaram
quando você a disparou.
Logo ficou claro que separados você seria pouco de si, enquanto ela ainda seria verbo. O gatilho te
domina mas a narrativa ainda não lhe conferiu título de herói, vilão, juiz ou refém.
Reluzente, carregada. A mira impecável. O alvo? Tudo, todos.
Saberia o que fazer com a bagagem deles? Age como se soubesse, mas quem sou eu pra dizer? Não
conheço você.
Ou conheço?
Olhe em volta agora. É o seu paraíso na Terra. Mirar, atingir, macular: você tem a ferramenta. Posso
deixar entre nós, mas você já se entregou quando a mostrou carregada e estrondosa. Te apavora e
te encanta, te veste de tua Síndrome de Estocolmo.
Você é o sujeito.
Eu sou adjetivo.
Ela é a palavra. A sua arma.
Com esse ponto final eu reverenciaria Han Solo efetuando o primeiro disparo. Mas o acaso me fez
vítima e o Spotify acaba de entregar o seu ofício:
"Mama, just killed a man
Put a gun against his chest
Pulled my trigger, now he's dead"
Assassino.
Por Tyler Durden
Gosto do seu estilo, Tyler.
ResponderExcluirManterá? Ou a partir de agora veremos apenas Jack?