Era abril de 2017, mas podia ser muito bem ser abril de 2016.
Era uma noite fria e chuvosa, mas podia ser um dia ensolarado e quente.
Era uma certeza marcante, mas podia ser um mar de medos sobre as decisões
feitas.
Era uma linda menina cujo nome desconheço, mas podia ser eu.
Em poucas palavras me identifiquei tão facilmente com a história que ouvi, meio que
sem querer, que quase não consigo descrever.
Fiquei boquiaberto ao saber tão pouco e tão muito, minha vontade era correr até ela
e pergunta-la mais sobre sua história, suas angústias, seus medos e principalmente:
sua superação.
Por falta de intimidade, não a perguntei, porém no meu caminho de volta pra casa
fiquei refletindo sobre a minha história e a dela, até que me peguei no pensamento:
o quanto do outro sou eu?
Quando troquei meu curso da faculdade de Engenharia pelo de Comunicação,
inúmeras pessoas se posicionaram em relação minha decisão. Tive pressão da
minha família, indagação dos meus amigos e principalmente a indecisão se era o
caminho certo a seguir. Foram crises de ansiedade, insônia e muito choro.
Me indaguei, o quanto ela ouviu de seus pais que seu futuro estava perdido, como
eu ouvi?
Me peguei pensando quantos dias de tristeza e angústia ela teve até ligar o grande
F pro resto do mundo, como eu fiz.
Me perdi em reflexões se ela sentiu a pressão da sociedade como eu senti.
Me culpei por não dividir minha experiência com ela e ela dividir a dela comigo para
me sentir mais ela e ela mais eu.
Até que finalmente percebi, que ela sou eu.
Mesmo cada um em seu canto, no seu mundo, vivendo experiências parecidas, mas
diferentes em seus detalhes, o outro sou eu. Há muito mais coisas em comum, entre
pessoas comuns do que se pensa, falta apenas cada um se colocar no lugar do
outro.
The Sad Oak
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