Antes de iniciarmos o nosso papo, pergunto-lhe uma coisinha boba: você já conversou ou teve algum tipo de relação próxima com um índio? Isso mesmo, índio... aquele indivíduo que, antes de qualquer coisa, antes mesmo do nosso nascimento, era dono da terra que hoje nos “pertence”. Quando se pensa em índio, por hábito ou maldade, pensa-se em selvageria. O índio é visto dentro de nossa sociedade como aquele que é aculturado, não civilizado, mal educado e todas as características negativas que possam existir. Pensa-se no índio somente quando se estuda história do Brasil na escola e, convenhamos, de forma nada justa. Com um pensamento totalmente pré-conceituoso e preconceituoso que é deveras errôneo. O índio é o verdadeiro dono da terra. Dono de uma terra que não mais lhe pertence. Uma terra que lhe foi arrancada sem nem ao menos um “com licença”, “por favor” ou “obrigado”. E é ai que eu te pergunto: quem é mesmo o mal educado e não civilizado?!
Um mundo, isso mesmo, mundo, com conceitos invertidos. Digo mundo, pois tudo começou na Europa, vindo de um país chamado Portugal. Já ouviram falar? Pois é, um país considerado símbolo do desenvolvimento não passa de um núcleo de regressão moral. E por mais uma coincidência ou seja lá o que for, no mês convencionado como de comemorações e homenagens para aqueles que, no restante do ano são esquecidos e deixados de lado, há um momento de tragédia.
Antes de falarmos sobre esse caso, gostaria de acrescentar uma ‘obs’, bem rápida mesmo e possivelmente uma curiosidade. 19 de abril, dia do índio. Mas por que esse dia, nesse mês? Já ouviu falar de Vargas? Então, ele instaurou este dia como sendo de homenagem aos “selvagens”, pois foi nesse dia, em 1940 que eles aceitaram fazer parte de uma reunião que tratava de assuntos pertinentes ao seu povo. Mas voltando ao ano de 2017, nos deparamos com um caso que chega até a ser triste. Em pleno século XXI termos que ler/ouvir suplicas de índios por mais terras. Terras estas que são suas por origem. Irônico, não acham? No mês que deveria ser reservado para celebrações foi reservado para lutas, agressão e desrespeito aos direitos indígenas.
E quando leio ou escuto algo a respeito fico muito preocupada, de verdade. Qual será o contato que os meus filhos, netos e bisnetos terão com os índios? Será que eles só saberão através de livros e memórias? Do fundo do meu coração, espero que não. E, como sou um indivíduo repleto de esperanças, algo bem difícil e complexo nos dias atuais, desejo e espero que haja mais liberdade para os verdadeiros donos da “nossa” terra.
Clarice Machado
o texto é bem escrito, mas falha em relação a proposta do professor. além do mais seria bacana algumas ponderações sobre o conteúdo crítico, principalmente, sobre "civilização" e "regressão moral".
ResponderExcluirde qualquer modo, o texto traz alguns dados interessantes e é bem articulado!
O texto encontra-se carregado, demais, de informação, o que fez transparecer um pouco a fuga do tema proposto pelo professor. Também falta lirismo e fluidez.
ResponderExcluirÉ um texto informativo mas não se encaixa na proposta do professor. Não faz menção específica e direta às manifestações indígenas em Brasília, trata apenas da figura do índio vista pela sociedade e seu significado histórico-cultural. As reflexões propostas pelo autor são boas mas poderiam ser melhor desenvolvidas e contextualizadas, o que compromete a perenidade do texto.
ResponderExcluirMe parece muito mais uma reportagem que uma crônica.
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