sexta-feira, 28 de abril de 2017

Soja Regada a Sangue

"Pede pra sair!" Já dizia Nascimento.
Sair de sua terra "ta" emento
Assim como naquele livrinho que o "sinhô" atribuiu conhecimento:
“Aos índios morte. Viva o desenvolvimento!”
Não é assim?
Se não é, deveria "tá"
Porque no campo
A milícia ruralista que cala o canto
Do índio e quilombola daquele canto
"Pra" não causar espanto,
No golpista e no congresso de colarinho branco
Que se diz a favor da vida,
Mas faz questão de tirar uma
Por dia.

O jornal, o que faz?
Desfaz.
Abre a lente da câmera mas não traz
A luta de um povo que se contrai
Toda vez que sangue tupi se esvai.
Mas essa, ainda assim, satisfaz.
Quem está no poder
E quem o faz.
Não viu diferença?
Então deixa eu explicar:
Que controle, aqui, se faz com "influên$$$ia"
Que já virou referência
Em genocídio e impunidade
Que assola identidades
Que dizem estarem asseguradas
Por uma "instituição furada"
Em 84 acusada
De em "terras vermelhas"
Ter feito negociata!

O país do latifúndio
Diz ser de todos
Mas expurga o "cidadão da terra"
Fazendo-o voltar o quanto antes
Pra debaixo dela.

Ironia?
Não
No Brasil, matar índio e eleger ruralista ladrão,
É mais comum que pagar propina
Já virou ROTINA.

Nina Campos

8 comentários:

  1. As rimas deixam a desejar um pouco nas primeiras estrofes mas vão se aperfeiçoando no decorrer do texto. De qualquer forma, é um texto bom.

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  2. o final ficou um pouco grosseiro em relaçao ao resto do texto. Mas é um bom texto

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  3. É um bom texto. Mas é uma poesia né?

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  4. - Enjoativas as da primeira estrofe, sem dúvida.
    - Mas já falaram isso ai.
    - Oh, verdade! Não vamos nos alongar nisso então. Algum comentário, caro Mecânico?
    - Lá. No final. Esse "ladrão" podia ficá de fora.
    - Muito grande, verdade, verdade. E digo mais, que essa Nina tente utilizar mais de rimas raras e preciosas. Imagino-a capaz de fazê-lo.
    - É. Ela é boa.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Sobre o comentário de Ízis, entendo mas não concordo. Gostei do tom. E acredito ter sido um recurso da autora carregar a poesia de um sentimento de revolta a cada estrofe. Um beijo (lá é um só, certo?).

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  8. Acredito que a escolha de um - ou mais - esquema(s) rímico(s) resolveria a situação apresentada pelos colegas. Emparelhadas, interpoladas ou opostas, não importa. A definição de um padrão seria de grande valia, INCLUSIVE se você viesse a quebrá-lo posteriormente (aliás, achei que seria a intenção). Dessa forma, conduziria o pensamento do leitor por um caminho para depois surpreendê-lo ou impactá-lo de maneira diferente.

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