sexta-feira, 28 de abril de 2017

Uma história (in)acabada

Mulheres aos prantos sufocadas por sprays de pimenta. Homens feridos, atingidos por balas de borracha. Pessoas correndo sem direção, fugindo de bombas de efeito moral. Homens, mulheres, adultos, jovens e crianças. Sim, crianças... O elo em comum? Pertencerem a uma mesma etnia. De índios, mais especificamente, representantes legítimos de nosso povo nativo, perdido desde o momento em que foram "descobertos".
  A Esplanada dos Ministérios assim se transformou em um verdadeiro campo de guerra no último dia 25, quando indígenas do movimento "Demarcação Já" faziam um protesto pacífico em frente ao Congresso Nacional. Ao contrário de seu povo que, em 1500, recebeu os portugueses apenas com desconfiança, os índios foram recebidos com muita confiança e afinco, em serem reprimidos. E a cena se tornou emblemática justamente por isso, por retratar fielmente o modo como, historicamente, o colonizador enxergou e continua a enxergar o colonizado.
  Em 1500, o povo indígena foi dizimado, desapropriado, escravizado e aculturado. Em 2017, as marcas desse legado histórico continuam evidentes, e eventos como esse servem para cada vez mais se ter a certeza disso. Os malfeitores de outrora agora vestem farda e estão a serviço de uma lei que, por mais que os impeça de cometer os mesmos crimes do passado, permanece direcionando suas ações repressivas aos mesmos alvos. E assim caminha a história de um povo que luta por sua dignidade, mas, sobretudo, por seus direitos.




Nick

2 comentários:

  1. Bem escrito...mas muito pouco criativo. Parece mais um texto informativo.

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  2. Concordo com Galeano. Sinto que seu texto foca mais em apresentar o acontecimento do que comover o leitor. Falta sentimento.

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