quinta-feira, 13 de abril de 2017

Hacker (da vida)

Passei! Finalmente realizei meu objetivo que era passar pra uma faculdade federal no Brasil. Tão difícil, tão concorrido, tão restrito, tão, tão, tão. “Passou pra qual curso?” “Engenharia” “Nossa, meus parabéns! Incrível! Já vai sair empregada! Engenharia, né?”
Ok, legal! Engenharia! Nossa! Mas e se eu não quiser mais isso? E se a essa altura do campeonato eu decidi que não é isso que eu quero? Estou muito velha pra mudar, né? Estou indo bem, aprendi várias coisas, passei em cálculo. Eu sei cálculo! Acho que já perdi a conta de quantas vezes me perguntaram se eu sei hackear um celular. Até meu professor já me fez essa pergunta. E não é que eu sei?

Não importa. Não quero mais engenharia pra minha vida. Chega de números, de cálculo, de contas. Chega! Quero ser jornalista. Quero saber de tudo um pouco, quero viver a vida, quero ouvir as pessoas, quero expressar em palavras meus sentimentos. “Você não acha que já está muito velha pra mudar não? Troca não, menina. Termina esse curso primeiro depois você decide enquanto trabalha.” Não! Não estou velha, não quero terminar esse curso, não tenho medo do que pode dar errado. Vou entrar de cabeça! Afinal, se nada der certo, eu ainda sei hackear um celular. Michael Douglas

2 comentários:

  1. - Hacker?
    - Quando você invade virtualmente um aparelho, Mecânico. O próximo passo do que você faz. Você conserta e constrói. Eles tomam.
    - Então combina.
    - Visto por esse ângulo...
    - Mas...
    - Vamos, vamos! Não é porquê vou te devorar um dia que deve se acanhar na minha presença.
    - Acanhar?
    - Ignore. Prossiga.
    - Muitos "chegas". Ninguém "chega" de algo. Não assim.
    - Tem certeza, meu caro? O Mecânico não parará nunca de se enfiar em meio a graxa?
    - Tenho uma mancha nas costas. Não alcanço. Sempre esqueço de comprar o esfregão. Devo morrer com aquilo.
    - Faço questão de ignorar essa parte quando chegar a hora.
    - Nem a morte apaga mancha de graxa.

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  2. o texto é bacana, sabe? bacana essa oralidade na escrita - posso te ouvir falar. mas falta uma coisa importante: poesia. é bom que tenha. deixa o texto mais bonito! acho que novas palavras, metáforas, alegorias, combinações criativas podem embelezar e deixar o texto com mais força (poética)!

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