Com aquela incerteza de todo nascimento, com a força que mamãe Regina fazia para que sua
cria saísse com vida daquela mesa de parto, a única certeza possível, é que Maria Júlia com
certeza sería uma menina cheia de indecisões. Um pé lá e o outro cá. Quem não tem dúvidas na
vida, que a julgue. Ué, não vejo ninguém. Pois é, eu disse.
Dentre muitas incertezas, nenhuma dúvida de onde iria morar: São Gonçalo. Afinal, Regina havia
trabalhado muito para conseguir aquele terreno, e construiu ali, o seu cantinho. O aluguel era
menos uma despesa nessa vida cara e assim a merenda escolar estava garantida. Ufa! A
pequena vai ter do que comer.
A primeira paixão - não sabemos se ela viu um gatinho na rua antes disso, mas se viu, guardou
para sí - foi pelo Vasco. Mas aí você vai dizer que foi o pai que influênciou, né? Para de
implicância, é só mais uma das milhares de mulheres apaixonadas por futebol.
Na escola, sem dúvidas era uma aluna responsável. Dona Regina nunca houvera recebido uma
reclamação. Era tão apaixonada pelas aulas de Biologia da professora Marcele, que virou até
monitora. Foi ali que decidiu fazer Enfermangem. Fez. Não gostou. Mudou de lado e foi parar em
Biomedicina. Lá, muito gingou e nada. Calma, pode até parecer, mas não é o Galvão narrando
um lance do Neymar, é apenas a indecisão de sempre da Maju.
Lembra da história do "Um pé lá e o outro cá"? A bola mudou de lado, já não estava mais no pé
de lá (biologia). O pé de cá tomou o protagonismo e o esporte aflorou de vez. Com apenas 20
anos em seu currículo, o Jornalismo encantou Maju. Agora, a única indecisão que ela espera ter,
é sobre qual esporte vai escrever.
Nelson G. Jr.
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