sexta-feira, 28 de abril de 2017

GUERREIROS DO BRASIL

Lá estavam mais uma vez. Açoitados pela prepotência, desmoralizados. Por onde anda

a menina dos olhos desse povo? Raízes dessa terra. Mais dignos não há.

Meus olhos não enxergam, já não me vejo no reflexo dessa água cristalina que os

homens brancos a pusera só para enfeitar, na garganta a sequidão, não posso falar,

nos olhos a tempestade no olhar, que diabos é essa coisa? Doí por fora e fere por

dentro, querem tirar de nós nossa resistência e nossa história, o arco e a flexa onde é

que tá? Cadê minha riqueza ,quanta pobreza, não se pode lutar.

Mataram o cacique, chegaram nas terras dizendo para aquela gente que lá não era o

vosso lugar e que o dialeto deles ninguém mais falará. Filhos e filhas o que irão

herdar? Quanta gente doente, doente da alma, gente que não sabe se importar.

Levaram para tribo a desolação, uma tal doença traga nos primórdios desse encontro

entre as raízes dessa terra e uma nova “civilização.”

Purís, Goitacases, Caetés, bravamente lutaram, mas não foi possível impedir a tirania

dos homens brancos bem vestidos a mata-los. Numa era onde a palavra é a arma,

cavalaria armada tiram daquele povo o direito de falar. Índio, ferido, esquecido pela

pátria por mais quantos séculos resistirá?

Isabel Cristina Bragança

Um comentário:

  1. "numa era onde a palavra é a arma" TYLER LIKES IT! (vide minha primeira crônica) Acho que a formatação se perdeu no processo de postagem (aconteceu comigo na primeira) e isso tirou o ritmo da leitura. Gostei da linguagem mas acho que na hora de organizar ficou confuso e/ou cansativo.

    ResponderExcluir