Lá estavam mais uma vez. Açoitados pela prepotência, desmoralizados. Por onde anda
a menina dos olhos desse povo? Raízes dessa terra. Mais dignos não há.
Meus olhos não enxergam, já não me vejo no reflexo dessa água cristalina que os
homens brancos a pusera só para enfeitar, na garganta a sequidão, não posso falar,
nos olhos a tempestade no olhar, que diabos é essa coisa? Doí por fora e fere por
dentro, querem tirar de nós nossa resistência e nossa história, o arco e a flexa onde é
que tá? Cadê minha riqueza ,quanta pobreza, não se pode lutar.
Mataram o cacique, chegaram nas terras dizendo para aquela gente que lá não era o
vosso lugar e que o dialeto deles ninguém mais falará. Filhos e filhas o que irão
herdar? Quanta gente doente, doente da alma, gente que não sabe se importar.
Levaram para tribo a desolação, uma tal doença traga nos primórdios desse encontro
entre as raízes dessa terra e uma nova “civilização.”
Purís, Goitacases, Caetés, bravamente lutaram, mas não foi possível impedir a tirania
dos homens brancos bem vestidos a mata-los. Numa era onde a palavra é a arma,
cavalaria armada tiram daquele povo o direito de falar. Índio, ferido, esquecido pela
pátria por mais quantos séculos resistirá?
Isabel Cristina Bragança
"numa era onde a palavra é a arma" TYLER LIKES IT! (vide minha primeira crônica) Acho que a formatação se perdeu no processo de postagem (aconteceu comigo na primeira) e isso tirou o ritmo da leitura. Gostei da linguagem mas acho que na hora de organizar ficou confuso e/ou cansativo.
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