quinta-feira, 13 de abril de 2017

O que importa?

“E, aí? Dessa vez vai ou daqui a pouco desiste de novo?”
Essa tem sido a pergunta que mais ouço nos últimos dias, ninguém superou o fato de eu ter ‘largado’ a outra faculdade. Na mesa do almoço de domingo, nos meus grupos de amigos e até quando encontro aquela conhecida da minha ex, o assunto é sempre o mesmo: “O Bruce tá louco. Desistiu de ser doutor, cismou que vai ser jornalista.”
Quando comecei a pensar em trocar de curso, pouco me importei com as opiniões alheias. Tudo que eu pensava era em ser feliz, fazer o que eu sempre quis... Mas, diante de tanta indignação, passei a me preocupar. Eu estaria mesmo insistindo em um sonho ou, apenas, desistindo de outro? A possibilidade da desistência incomoda.  Somos programados a insistir, ainda que isso nos leve para longe do caminho que queremos seguir. No entanto, apesar de não conhecer nenhum vencedor que, para chegar ao pódio, não tenha precisado desistir de alguma coisa, a angústia tomou conta de mim.
Comecei a repensar... Buscava, em meus pensamentos, algum sinônimo que substituísse a palavra fracasso quando eu imaginava a palavra desistir. Encarei o fim, que até então a desistência representava, como a chance de um recomeço. Decidi que a palavra seria essa: R E C O M E Ç A R. E daí que eu já não tenho mais 18 anos? Descobri uma coisinha e tenho que compartilhar: nunca é tarde demais quando se tem a vivacidade de sonhar.
Eu sonhei. E recomecei. Nova universidade, novo curso, novos colegas e novos sonhos.  Sem plano de fuga. Para eles, o título de doutor era o que mais importava. Ser doutor pra sobreviver. Mal sabiam que, pra mim, só o que importa é viver!

Laura Haruna

Um comentário:

  1. ficou um pouquinho confuso, eu acho. mas o texto traz uma questão, um tema importante sobre "mudanças de planos" - insistência ou desistência, afinal?

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