No horizonte vê-se homens, mulheres e crianças. Cada vez mais perto. Os conterrâneos observam intimidados.
- Eles nos descobriram.
- Como nos descobriram se sempre estivemos aqui?
- Não sei, mas imagina se querem que a gente sirva a eles?
- Imagina, nós sempre mandamos por aqui.
- Olha lá, chegaram nos nossos campos verdes.
- Não vamos deixar que tirem nossa paz. Se não reagirmos ficaremos como os preguiçosos da história.
- Precisamos cercá-los até que não tenham pra onde fugir.
- E fiquem sem chão?
- Isso. Sem chão.
Bombas e tiros pelo ar, a multidão corre apavorada pelos imensos campos verdes. Brasília, 2017.
Eduardo Galeano
simples e objetivo. gostei bastante da relação do título com o conteúdo da crônica.
ResponderExcluirnarrativa rápida e objetiva, retratou bem a essência do tema.
ResponderExcluirTexto curto porém conseguiu passar a mensagem ao leitor com facilidade. A relação entre o título e a crônica é boa, criativa.
ResponderExcluirGostei, mas senti falta da emoção das imagens do Pena
ResponderExcluir- Não é essa uma ótima brincadeira de palavras?
ResponderExcluir- Bom. Muito bom.
- Você pode mais, Mecânico. Vamos, vamos. Articule. Sabe quem está falando?
- Eu...
- Pois é. Uma ótima estratégia, sem dúvida. Algo digno de parabéns. Porquê será que é mais fácil se identificar com essa força com os outros, os imortalizados em fotos, do que com os mortais de sua própria classe?
- Quer dizer... ?
- Ele escreve bem, Mecânico! Veja isso! É uma boa ideia. Talvez possa melhorar na forma. Mas uma boa ideia! Queria ter lido boas ideias assim nos últimos textos.
- De acordo.
Acho que faltou um pouco de emoção, como foi solicitado. Também não vi lirismo e acho perigoso quando você coloca "Bombas e tiros pelo ar, a multidão corre apavorada pelos imensos campos verdes. Brasília, 2017." porque mais um pouco poderia entrar no lead e fico em dúvida se não já entrou.
ResponderExcluirTambém fiquei na dúvida se não entrou no lead.
ResponderExcluirAchei a narrativa agradável e objetiva. Porém não transmite emoção tanto quanto as imagens.
ResponderExcluirAchei interessante como faz um paralelo com o pensamento dos índios com a chegada dos europeus e a dos policiais com a chegada dos índios para protestar no palácio do planalto. Uma clara inversão de valores.
ResponderExcluirAbs, Sr.Omar
Narrativa curta e simples, mas com uma inversão muito bem utilizada, que destaca o texto.
ResponderExcluirBem interessante porém a força do texto poderia ser mais explorada, assim como a emoção que era representada nas fotos
ResponderExcluirSimples e objetivo. Observei uma analogia, uma "brincadeira" com a ligação entre os ocorrido em 2017 e em 1500 e gostei bastante.
ResponderExcluirO texto possui EXATAMENTE o tamanho que precisa ter, pois tem as linhas carregadas de significado. Já vimos aqui no blog criações do mesmo tamanho e que nada diziam. Acertar a mão para não ficar aquém do esperado em textos pequenos é missão perigosa e muito difícil. Mérito seu! Créditos também pela frase que, na minha opinião, foi um magnífico ponto de virada: "Se não reagirmos ficaremos como os preguiçosos da história."
ResponderExcluirPonto negativo: ter colocado o ano realmente pode ter caído no lead. Um balde de água fria em um texto que, até então, era perfeito. E pensar que poderia ter sido resolvido com um simples "... campos verdes de Brasília."
Um abraço.