quinta-feira, 13 de abril de 2017

O TRIÂNGULO PERFEITO

A pessoa de quem falo não é de fala, é de expressão. Ela diz, conversa, debate... mas
esse não é o ponto chave que, quem a lê, descreve no encarte.
A notícia sobre Ela traz como manchete uma traição! Ela havia trocado um amor
engenhado, calculado, de grande status... por uma... legítima paixão?! Paixão pobre, subjetiva,
descabida e que de fofoca fazia a vida!
Ela, já estava de casamento marcado. Tudo pago, calculado, arquitetado... quase uma
engenheira de tão bem organizado.
Mas, o que não se sabia era que nesse projeto empreiteiro, no ângulo perfeito,
apareceria a persona que roubaria seu coração.
O rapaz, quase tão bonito quanto um gol do flamengo numa final contra o fluminense,
faz dela um estádio lotado. Que se expressa, vibra e deseja: o gol.
Ela, deixa de ser estágio e entra em campo. Decide que largaria o projeto de casamento
para trás e deixaria toda a estrutura vir a baixo.
O culpado? Um ser, que apesar de pobre, possuía tão sábias palavras, que a
informação trazida pelos seus lábios poderia ser impressa. Seu nome? Jornalismo. Esse,
arrebatou-a para o mundo da notícia. Como se não bastasse, Jornal - para os íntimos -, deu a
Ela a total liberdade de compartilhar seu amor com Futebol, seu caso de infância.
Daquela traição surgiu a mais bela união, entre Ela, Jornal e Futebol. O triângulo
perfeito.
Assim, após abafar-se as notícias maldosas sobre a traição de Ela, sua vida foi de festa.
Almejando apenas o dia em que de dentro do gramado, numa entrevista com o tricolor odiado,
pudesse dizer: "E aí, como se sentem por o 'Mengo' ter levado?".

Nina Campos

3 comentários:

  1. Nome próprio exige letra maiúscula.

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  2. Gostei de verdade. Mas o penúltimo parágrafo não arrebatou. O final foi bom. obs.: poderia ter trocado o "por o" por "pelo"

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  3. - Tyler, como sempre, chegando primeiro.
    - Ele tem espaço.
    - Tem, tem sim. Mas, bem, textos, textos, textos. Boa alegoria, sem dúvida. Bom lirismo. Sabe o que falta, Mecânico?
    - Graxa?
    - Não, nem sempre, homem sujo.
    - O que, então?
    - Forma.
    - Foi o que eu q...
    - Cale-se. Veja bem, há lirismo, há sim, mas falta a forma. Que dará gosto a coisa. O segundo parágrafo inteiro! Cada período merecia o impacto de ser um parágrafo único, com a força dessa escolha de palavras. Acaba sendo apenas uma soma de forças, e não uma potência inteiramente nova.
    - Circuito em paralelo.
    - Como?
    - Igual um circuito em paralelo. Coisa elétrica.
    - Ignoro solenemente as ciências exatas.
    - E Deus. Ela esqueceu de Deus.
    - Como?
    - "de Ela". Tá errado, né?
    - Ora, ora, ora, é verdade! Agora vamos, Mecânico, faça melhor: como deveria estar escrito?
    - d'Ela.
    - Muito melhor!

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