acredito que existe mais de um tipo de vergonha alheia, a coletiva e a seletiva. tenho essa tese porque já cansei de me sentar em uma sala lotada por pessoas que não sentiam o mesmo que eu ao ver alguém se prestar ao ridículo. mas vejam bem, o ridículo também tem suas divisões. tem o ridículo que rimos, achamos um pouco de graça e, depois de alguns minutos, aquela vergonha passou, foi esquecida. e tem o ridículo que é absurdo, que humilha os outros, que ataca as pessoas e que fica marcado na sua mente como um carimbo.
esses dias, rodeada por pessoas que considero sensatas, precisei passar pelo ridículo de ouvir frases machistas disfarçadas de piada. todos ficaram calados. a verdade é que não sei se eles se incomodaram assim como eu, porque também fiquei calada. não sei se pelas regras de boa convivência impostas pela sociedade ou pelo simples fato de estar cansada. cansada de tentar educar pessoas adultas com acesso à informação, de bater de frente com portões fechados e suas placas de “sem acesso” penduradas. não tenho muita idade, mas depois de anos de debate e revolta, acabei aprendendo a distinguir o que vale a pena ou não, porque no fim no dia, eu não tenho mais forças para lutar em todas as batalhas.
rose dawnson
me identifiquei bastante com suas palavras, é muito chato ter que ouvir certas coisas, e em algumas situações realmente não vale a pena gastar sua energia tentando educar a alguém que não está nem disposto a ouvir. o problema é que algumas frases acabam deixando consequências terríveis na gente. enfim, os seres humanos ainda têm tanto pra evoluir.
ResponderExcluirNossa, é bem chato isso mesmo. Gostei muito do seu texto! Parabéns!
ResponderExcluirRose, as vezes você está certa em se calar. As pessoas são escrotas e depois elas vem com a desculpa de "não sabia, você pode me ensinar?". É como você disse, elas tem acesso à informação. Parabéns pelo texto! :)
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