É sexta-feira, dia de sair com os “moleques”. Então, V se arruma e parte para mais um dia de bebedeira. Todos os seus amigos estão muito animados, esperaram a semana inteira para poder extravasar no boteco. Para os outros, aquilo é como o paraíso, o auge da diversão, mas algo no ambiente o faz sentir que não pertence. O clima está quente, muito diferente do seu quarto com ar condicionado. O álcool começa a fazer efeito, o que aumenta o calor. Ele tira sua blusa, enquanto alguém puxa o papo de sempre: Buceta.
Um dos seus “irmãos” diz:- “Bora desenrolar uma garota pra você, V, você nunca pega ninguém”.
Nenhuma delas o interessa, mas se falar isso vai parecer um “viadinho”. Se insistirem muito ele vai ter que “pegar”. Ou tentar. Não se recusa sexo. Essas “vadias” do bar certamente sabem disso, ele pensa. Não recusariam dar nem pra um “cracudo”. Todas elas bêbadas e instigando os homens, usando decotes enormes no meio do bar. Que tipo de mulher faz isso? Não… Ele prefere as recatadas, são mulheres de verdade.
Ele ri e não responde, não é de falar muito. Não pode. Ninguém lá concorda com V, ninguém sabe suas opiniões sobre nada e sente medo de ser rejeitado caso descubram. Também, não quer começar um embate com as feministas do "suvaco cabeludo”. Segue sua noite, tomando cervejas, conversando e às vezes observando incomodado as pessoas em volta.
Finalmente, chega em casa. Ainda está processando tudo que experienciou no dia. No geral, foram momentos bons, mas V ainda precisa extravasar. Guardou muitas coisas para si, por medo. Porém, conhece um lugar onde não precisa temer nada, pois todos são como ele. Logo, prossegue a interagir com seus outros amigos e expõe livremente tudo o que passou pela sua mente. Lá, suas ideias são abraçadas. Juntos, xingam e atacam todas as “vagabundas” e comentam anonimamente em todas as fotos indecentes de famosas que encontram nas redes, pois elas estão ajudando a estragar as mulheres. Algumas dessas imagens V também guarda na “pasta da punheta”. Depois de saciado, deita-se no travesseiro e sorri. Está aliviado.
-América
Otimo texto e otima historia, forte. Parabéns
ResponderExcluircomentando aqui agora, mesmo depois de um tempo, só pra dizer que achei sua crônica bem surpreendente, ficou ótima
ResponderExcluirGostei muito da historia do seu texto! Parabéns!
ResponderExcluirGostei muito do seu texto, América. O jeito que você resolveu abordar o tema foi muito surpreendente, parabéns!! <3
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