Para mim, não existe falar de vergonha alheia sem lembrar de quem (des)governa o meu país. É vergonhoso demais ouví-lo cada vez que ele abre a boca. Pensar que o orgulho de ser brasileiro transformou-se em vergonha é entristecedor. É agoniante escutar cada “cidadão de bem” que tenta defendê-lo com argumentos tão preconceituosos e ignorantes quanto os do seu “malvado favorito”.

“Fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava 7 arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais.” Tem como ser mais constrangedor do que o Presidente de um país, que manteve a escravidão por mais de 300 anos, proferindo falas como essa? Presidente de um país que até hoje sangra pelas feridas do racismo e da escravidão, de um país que mata portador de guarda-chuva, de pipoca e pai de família com mais de 80 tiros. Mas com morte ele não se preocupa, porque ele não é coveiro. Eu não vou nem falar da pandemia. Esse homem “representa” os 54% da população compostos por negros, bem como, representa os indígenas, as mulheres, a população LGBTQIA+ e todos que já foram afetados pela sua ignorância. Existe maior constrangimento?

Conforta um pouco lembrar que os filhos dessa pátria mãe gentil não fogem à luta, que ainda há uma ponta de esperança em meio ao caos, nesses que jamais serão representados pelo falso Messias. O problema é que não tem como apagar da história do Brasil, é uma vergonha eterna. “Quem apoia um genocida, a história nunca esquece.”

 

Eu não precisava nem desses três parágrafos, se o assunto é vergonha alheia bastam três palavras: Jair Messias Bolsonaro.

- Ingrid Novaes

https://youtu.be/foqolD8GXUU