segunda-feira, 27 de junho de 2016

Morsi em Egito

  

Após a Revolução Egípcia de 2011, Mohamed Morsi foi o primeiro presidente civil e primeiro ativista islâmico eleito democraticamente em seu país. Depois de pouco mais de um ano no poder, foi deposto por um golpe de estado militar declarado pelo ministro da Defesa que derrubou o presidente Mohamed Morsi e seu governo eleito. 

 

Em 21 de abril de 2015, Mohamed Morsi foi condenado a 20 anos de prisão por estar implicado na detenção e tortura de manifestantes durante o mandato. Um tribunal egípcio condenou em 18 de junho de 2016 Mohamed Morsi a uma nova pena de prisão perpétua num caso de espionagem.

 

Os crimes de Morsi foram cometidos junto com os militares, a polícia e o Estado de Mubarak. Deviam ser todos julgados em conjunto. Dar ao Estado anterior um mandato para que as suas instituições repressivas possam fazer o que querem aos seus parceiros de crimes anteriores, apenas lhes dará “mão livre” para reprimir toda e qualquer oposição daqui para a frente.

 

E por que Morsi foi deposto? Porque durante seu primeiro ano de governo ele não conseguiu resolver problemas como corrupção endêmica, desemprego crônico e subdesenvolvimento econômico histórico. Ainda, ele não conseguiu romper com os privilégios maciços de que gozam os membros das forças armadas do país e não conseguiu fazer com que todos os grupos políticos do Egito concordassem com a nova constituição que foi aprovada durante esse primeiro ano… Motivos suficientes derrubar um presidente, não? Não.

 

VascoPaulo14

4 comentários:

  1. Muito interessante que você tenha decidido abordar uma questão internacional com esse tema, enquanto a maioria do pessoal preferiu ou falar sobre o impeachment em si ou sobre metáforas. Sua crônica foi bem informativa (ou eu sou a desinformada aqui .-.), e isso me agradou bastante.
    Faço a mínima ideia se tem perenidade no seu texto, mas com certeza você evitou o senso comum, rompeu com o lead e deadline, exerceu cidadania e ampliou a visão de realidade. Parabéns!

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  2. Concordo com Cora. Foi muito interessante você escolher a abordagem internacional! Todos pensaram logo em contextos mais locais, sem pensar que golpe não é novidade em nenhum lugar do mundo. Com certeza potencializou os recursos jornalísticos, deu uma visão ampla da realidade e exerceu o espírito cívico.

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  3. Realmente muito interessante a escolha do assunto a ser tratado, fugindo um pouco da expectativa do leitor sobre o tema golpe, o que já permitiu um destaque ao seu texto. Mesmo se aproximando mais do padrão jornalístico, aprimorando algumas técnicas, ainda assim propõe uma reflexão ao final, o que permite observar o espírito cívico, bem como uma visão ampla da realidade. Parabéns pelo seu texto!

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  4. Como todos falaram, o assunto abordado foi inesperado. Todos sempre se fixam em um tema, voltam para o mesmo assunto e, quando vemos um texto diferente, sempre nos atrai. E aquela coisa, fui lendo já procurando uma metáfora para a situação brasileira. Mas não, golpe tem em todo lugar do mundo, mas somos egoístas e pensamos que só acontece com a gente. Creio que o texto seguiu um padrão bem jornalístico potencializando seus recursos e ainda promove uma reflexão exercendo a cidadania. Parabéns!

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