domingo, 5 de junho de 2016

Um direito esquerda

 Sempre fui uma pessoa muito pacata. Gosto das mesmas coisas que meus pais gostavam, e que e que os pais dos meus pais gostavam antes deles. Sou o tipo de pessoa que sempre reagiu com estranheza – e até com certo desdém – de tudo que era dito como diferente ou que fugia do que sempre fui ensinado a aprender. Até que conheci ela.

Ela era diferente de tudo que havia conhecido e, por mais estranho que pareça até pra mim, não rejeitei, na verdade quis conhecer melhor aquela criatura. Para ela tudo é diferente, tudo é “possível”. Inicialmente achei ela meio boba. Tinha uns pensamentos bagunçados, diferentes dos que eu tinha, e diferente de mim sempre foi inaceitável, até conhecer ela.

Era super-sociável, hoje vejo que era cabeça muito aberta e que estava sempre disposta a aprender com os outros e sempre tentando entender vários pontos de vista. Como alguém consegue viver bem sem ter um padrão? Seguir as tradições de meus pais e avós sempre me pareceu o certo e o mais seguro, como alguém pode viver diferente de tudo e aprender com todos ao invés daqueles que te acompanharam e nortearam o que seria uma vida justa e aceitável.

Não digo que hoje penso como ela, mas aprendi a ver a vida de uma forma parecida

Digamos que aprendi que escrever com a mão direita não me trona melhor do que quem escreve com a esquerda.


Leo Valdez

4 comentários:

  1. A gente é diariamente obrigado a escolher um lado e odiar o outro e isso é o tempo todo, na mídia, na sala de aula, no ciclo de amigos...e acaba sendo uma situação mega estressante. Eu acho que você conseguiu ultrapassar os limites do cotidiano, proporcionou uma visão ampla dos fatos, exerceu a cidadania, garantiu perenidade e profundidade aos fatos.

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  2. Adorei que o final do seu texto é sobre equilíbrio, e não um lado contra o outro :) Gostei de como tem uma visão ampla, fala sobre o pape cívico, garante perenidade, etc. Resumindo: concordo com o comentário do Tom hahahah.

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  3. Muito bom!! Falta só a sociedade inteira aprender isso, que ter uma opinião diferente da do outro, não te faz melhor que ninguém. Fazendo uma análise antropológica, pode-se perceber uma mudança de comportamento do eu-lírico. Antes era pacato, sem opinião, não fugia do padrão e depois que conhece "a esquerda", passa a ver a vida de outra maneira, mais sociável, despadronizada, etc. Quanto às pontas da estrela, acredito que seu texto garante perenidade, exerce cidadania, rompe as correntes do LEAD e oferece visão ampla da realidade. Parabéns.

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  4. Interessante como aborda o ponto de vista da direita, e prega o respeito e o equilíbrio na sociedade, fazendo menção aos destros e canhotos de forma metafórica. Acredito que rompe com o LEAD, ultrapassa os limites dos acontecimentos cotidianos, proporciona uma ampla visão da realidade e exerce a cidadania.

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