É tipo Bonnie e Clyde. Dois rebeldes em meio à crise. Dois “fora da lei”. Dois que sofrem tanto com o período quanto o resto da população. Dois que não aceitam a situação sem fazer nada. Dois que tocaram multidões com suas histórias. Dois que, positiva ou negativamente, marcaram a história do país.
É como Bonnie e Clyde. Dois companheiros que se ajudam por e apesar de tudo. Dois que não viveram mais em paz depois de terem seus nomes estampados em jornais. Dois que expuseram suas vidas ao entretenimento da mídia. Dois que dividiram as opiniões do país: uns amam, outros odeiam.
É meio que Bonnie e Clyde. Dois que começaram com uma ideia, mas deixaram o dinheiro e o poder subirem à cabeça. Dois que se perderam no caminho e deixaram de se importar com as vidas ao redor. Dois que fizeram e desfizeram alianças para continuar ganhando. Dois que fizeram de tudo um pouco sem refletir sobre as possíveis consequências.
É como se fosse Bonnie e Clyde. Dois que irritaram uma elite conservadora dona de negócios. Dois que, após um tempo, passaram a ser alvo de uma oposição generalizada. Dois que foram levados a alianças não confiáveis com terceiros. Dois que acreditaram ser invencíveis e deixaram de se preocupar com os aliados. Dois que erraram.
É mais ou menos como Bonnie e Clyde. Dois que se aliaram a uma pessoa que só queria ganhar. Dois que fecharam os olhos e acreditaram que os amigos os ajudariam em todos os momentos. Dois que sofreram um golpe articulado pelos aliados e opositores. Dois que foram encurralados e destruídos.
Foi assim como Bonnie e Clyde. A derrota dos dois foi estampada em todos os jornais. A vitória dos opositores foi engrandecida pela mídia. O aliado foi visto como herói pela oposição e logo se juntou a ela formalmente. Os opositores logo confirmaram que planejaram o golpe. E, mesmo assim, as reações posteriores continuaram a dividir as opiniões do país: uns choraram, outros comemoraram.
É tipo Bonnie e Clyde. Uma história de amor, cumplicidade, amizade, ambição, poder, dinheiro, traição, golpe. É uma história real mitificada. É uma história que, como qualquer outra, está aberta a diversas interpretações. É só uma história...
Amelie Poulain
Adorei o recurso da repetição no início dos parágrafos. Acho que deixou o texto leve, mas sem tirar a profundidade. Também amei o final: "É só uma história...", é como se você apenas estivesse contando algo que não tem de fato nenhum paralelo com a realidade. Acho que potencializa os recursos jornalísticos, com certeza dá uma visão ampla da realidade, rompe com o lead e exerce cidadania. Parabéns!
ResponderExcluirVocê fez uma comparação excelente entre os dois personagens do cinema e os personagens da política. Confesso que não os conhecia, mas quando descobri quem eram "Nossa", encaixou como uma luva a comparação. As vezes a arte imita a vida e outras a vida imita a arte. Acho que potencializou os recursos jornalísticos e exerceu cidadania.
ResponderExcluirAchei muito original e criativa a comparação feita, e como Helena observou, as repetições funcionaram muito bem no texto, permitindo uma sonoridade. Além disso, percebo uma visão ampla da realidade, o rompimento com os limites acontecimento, espirito cívico e aprimoramento das técnicas jornalísticas. Parabéns pelo ótimo texto!
ResponderExcluir