Véspera de feriado, tempo bom, decido fazer uma viagem. Pego meu carro e saio do Rio de Janeiro em direção a Santos. Após algumas horas de estrada, me sintocansado e decido parar em um posto. Chegando lá, me dirijo ao frentista:
- Fala amigão, boa tarde, tem alguma pousada aqui perto ?
- Tem sim senhor, só seguir um pouco mais adiante que vai ver uma a sua esquerda – responde ele.
- Obrigado !
Sigo minha viagem mais alguns quilômetros e chego na pousada. Já era fim de tarde, então pedi um quarto pra passar a noite e partir na manhã seguinte. Neste breve descanso tenho um sonho, o qual jamais esqueci.
No sonho eu estava em lugar onde o governo era muito conservador; tradicional. Os mais poderosos, de elite, é que estavam no poder, lembrando até um tempo Absolutista. A desigualdade social era evidente e cada dia uma nova privatização era anunciada. Eu era um trabalhador, vivia em uma situação mediana, mas torcendo por uma mudança, pra poder viver em um lugar onde o governo lutasse por uma sociedade mais igualitária, pelo direito dos trabalhadores e contra o conservadorismo.
Talvez, por ser um sonho, esse meu desejo dentro do sonho, tornou-se realidade. De um dia para outro, o governo mudou, havia tido uma revolução e a oposição estava no poder. Agora haviam promessas de que o mais pobre poderia viver em uma situação melhor, de que aconteceriam reformas, de que o Estado seria forte economicamente e não dependeria das privatizações. Enfim este lugar em que eu vivia ia crescer.
Realmente, durante algum tempo neste sonho dentro do sonho, o lugar conseguiu prosperar, o nível da miséria diminuiu, o ensino público melhorou e os trabalhadores ganharam mais força. Infelizmente foi só por um tempo, depois voltou-se a estaca zero.
Enfim, acordei. Foi apenas um sonho.
Severo P.
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ResponderExcluirAchei interessante a forma que você escolheu para escrever seu texto e a relação do título com ele, foi criativo. Pude perceber o rompimento com o lead e com os limites básicos do cotidiano. Bom texto!
ResponderExcluirApenas um sonho. Acontece.
ResponderExcluirO texto expõe a óbvia ambivalência entre a esquerda e a direita, vilificando a última, "utopificando" a primeira. Embora um sonho não tenha necessariamente compromisso com a realidade, é bom tomar cuidado com a generalização da esquerda que cuida dos pobres e da direita conservadora fundamentalista, pois nem sempre esta é a verdade que se apresenta.
O texto exerce sua função cidadã ao abordar a temática da política, relacionando-a ao plano social, e dispõe de uma visão ampla da realidade, haja vista que política e seus embates são temáticas praticamente universais.
Ao meu ver, a ideia foi bastante interessante, no entanto, achei um pouco repetitivo. Sem dúvidas, rompeu o lead, exerceu o espírito cívico e foi muito perene. Parabéns =)
ResponderExcluirOlá amigo Severo! Achei interessante a forma que você abordou o tema. Acredito que seu texto contém espírito cívico, rompeu o lead e evitou definidores primários. Parabéns!
ResponderExcluirBeijos perfumados de sua querida Maria Antonieta.
Seu texto vai além do que chamamos de realidade. Entretanto, é muito fácil identificar os acontecimentos citados no nosso contexto atual. Acho que rompeu com o lead, potencializou os recursos jornalísticos e definitivamente abordou a cidadania.
ResponderExcluirO que me chamou bastante atenção foi a analogia feita entre a elite poderosa e conservadora no poder e o Absolutismo. Uma coisa lá da Idade Moderna que ainda é refletida na nossa sociedade atualmente. Além disso, aborda discussões atuais como privatização, desigualdade social, ensino público ruim e a luta dos trabalhadores por seus direitos. Quanto às pontas da estrela, creio que seu texto rompeu com o LEAD, apresentou visão ampla da realidade e espírito cívico. Parabéns.
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