Era 26 de novembro, uma tarde amena, típica de primavera e lá estávamos eu e ela. Passamos horas sentados na sua cama conversando sobre a vida, sobre nossos desejos, sobre as viagens que queríamos fazer, sobre os planos dela para o vestibular – e como aquela menina pensava nisso. Confesso que na maior parte do tempo nem prestei muita atenção no que ela falava. Meus olhos estavam focados no rosto dela; nos olhos que brilhavam ao falar do futuro que a esperava, no sorriso bobo que vinha após uma piada sem graça. Meu Deus, como ela era linda! Eu amava tudo nela. Analisando seu rosto novamente, parei o olhar na sua boca. Não consegui me controlar e, no meio de uma frase dela, a beijei de repente. Ela teve uma reação de surpresa, mas não recuou e nem nada parecido. Ela correspondeu com a mesma intensidade e se entregou àquele sentimento tanto quanto eu. Eu a abracei fortemente, segurei em seus cabelos e partir daí toda a minha racionalidade foi embora. Nossas roupas foram tiradas rapidamente. Minha mão deslizava pelas suas curvas perfeitas enquanto as dela se agarravam firmemente as minhas costas. Pernas entrelaçadas, força nos movimentos, corpos suados e grudados e beijos intensos entre algumas frases soltas. Fui envolvido por uma onda de paixão incontrolável que me fez esquecer que eu precisava ter toda a calma do mundo naquele momento tão especial para ela – e para mim. Ela pediu para que eu fosse mais devagar, mas eu infelizmente não a ouvi de primeira. Dez segundos depois, eu foquei em seu rosto e havia uma expressão de dor que me fez travar na hora. Instintivamente, sai de cima dela e me sentei na beira da cama, de perfil para ela. Meu coração doeu, eu abaixei a cabeça e uma lágrima escorreu por pensar que tinha machucado a minha menina ou feito algum mal a ela. A olhei e ela deu um sorriso de canto de boca, secou minha lágrima e disse que estava tudo bem. Sem dizer nada, deitou, me puxou para o seu lado e se aconchegou no meu abraço, fechando os olhos e suspirando com toda calma e pureza do mundo. Eu não sabia muito bem o que dizer, mas me entreguei àquela serenidade e também fechei os olhos tendo uma única certeza: queria morar naquele abraço.
Spencer Reid
Que lindo. Gostei bastante da narrativa minuciosa, rica em detalhes, que permitiu aproximação do leitor. Acredito que seu texto rompe as correntes do LEAD e apresenta perenidade.
ResponderExcluirSua narrativa é intensa. Acho que isso combina muito com a temática. Eu acredito que situações como esta, de amor intenso, ocorram logo, seu texto foi perene. Além disso, observei a quera do lead.
ResponderExcluirA temática da primeira vez foi bem abordada!
parabéns
Gostei da maneira como você abordou o tema. Muito bem escrito e profundo. É possível ver um ponto de vista psicológico: o medo de machucar a parceira, a duvida sobre o que fazer, e como isso afeta os personagens. Acho que teve uma visão ampla da realidade, ultrapassou os limites do cotidiano, rompeu com o lead e garantiu perenidade e profundidade.
ResponderExcluirGostei da narrativa intensa e sua abordagem a esse tema, dando a visão do outro, que ultrapassa os limites, que se excede, mas que, ao mesmo tempo, se preocupa com a parceira e se sente mal ao perceber que havia ido longe demais. Isso definitivamente fugiu dos definidores primários. Vemos também o aspecto psicológico como a Helena Seixas disse e garante pontas da estrela como o rompimento com o lead, a perenidade, a profundidade dos relatos, a ultrapassagem dos limites do cotidiano. Ainda nos deixa refletindo! Parabéns!
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