Querido amigo, gosto muito de você, por isso estou querendo entender. Juro que venho por meio desta carta tentar refletir sobre o seu posicionamento. Não estou aqui para julgar, muito menos para atacar o seu candidato, isso já faço muito nas redes sociais. Queria que você soubesse, que independente da nossa polarização política, eu sinto falta do que nós éramos, sinto falta da nossa amizade, sinto falta da gente matando aula no banheiro e dos esquemas de cola que a gente bolava.
Fico mal toda vez que vejo alguma publicação sua no Facebook, toda vez que você tenta defender o pensamento dele. Eu sei que a nossa amizade não existe mais, você se tornou um conservador de direita e eu, um liberal de esquerda. Infelizmente a gente não se mistura. Que saudades da nossa amizade, das merdas que fazíamos, que saudades de não ligar pra política e de não ter que discutir com você.
Eu escrevo essa carta, como uma tentativa, uma última tentativa de trazer nossa amizade de volta. Me explique o que você defende, me diga o motivo de você lutar do lado que você luta, e por favor me diga algo mais plausível do que “Eu não aguento mais o PT no poder”. Por que eu meu amigo, eu sei exatamente aonde eu luto, eu sei muito bem o que defendo. Eu defendo o direito das mulheres, por que estou cansado de ver mulheres sendo estupradas, tendo seus corpos objetificados e sendo tratadas como inferiores. Defendo o direito dos gays, porque eu sei que amor não se escolhe, e eu sei que todos devem ter o direito de amar. Defendo o movimento negro, porque nasci branco e não sei o que é ser discriminado pela cor da minha pele. Defendo os índios, porque tenho consciência de que eles estavam aqui antes e que seu espaço deve ser garantido e sua cultura preservada.
Lutar desse lado significa, lutar pelo direitos das minorias, lutar pela igualdade de gênero, lutar pela educação, pela cultura, e principalmente, lutar desse lado significa acreditar que de forma alguma a violência é chave para mudar o nosso país. E por favor, jamais se esqueça que todas as vezes que eu gritar “Ele Não”, isso não representa apenas uma preferência política, representa um ato de resistência.
Oswaldo do Jae.
Interessante envolver a questão da amizade em paralelo com a questão da política. E a questão das explicações de defesa por cada "minoria".
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