recusar, já o ouvira dizer muitas vezes: “de graça até injeção na testa”.
Eles se encontram na porta do evento, brindam e bebem o mais rápido que podem. Ao
entrar percebem o porque da entrada franca. Não importa, já estavam ébrios e mal
acompanhados, tinham ali a receita perfeita para o desastre.
As horas passam. Ela o acusa e discute com ele. Claramente ela só quer ir pra casa, e
por isso faz birra e chora, como uma criança embriagada de sono, e corote de pêssego.
No caminho nenhuma palavra é dita, mas o libído e o frio do inverno falam mais alto e
a longa jornada noite a dentro acaba como tem que acabar, com os dois nus e agarrados
em posição fetal, como gêmeos siameses ainda no útero.
Algum tempo depois ela acorda. E ao perceber-se sozinha na cama levanta e sai a
procura dele. Ao abrir a porta do quarto se vê no meio de uma tribo indígena. A cacique
era a mãe dele, que insiste para que ela beba o seu chá. Contrariada ela bebe e assim
começa. Os surdos gritam. Ela pede socorro, mas só os mudos podem ouvi-la. Então
vira-se e avista Didico, que a agarra pelos cabelos, olha em seus olhos e proclama:
-Que Deus perdoe essas pessoas ruins.
O imperador a empurra e Serginho Chulapa dá um rabo de arraia na menina, que cai,
mas não acerta o chão. Ela cai pra cima e cai tão alto que é lançada de volta à realidade.
Ao acordar, ainda assustada, olha para o lado e ao vê-lo, ainda dormindo, sente-se
aliviada pois sabe que foi só um sonho. Então entrega-se ao sono novamente.
Eric Claptomaniaco
Meu Deus!!!! Se tem um prêmio pra melhor pseudônimo, Eric Claptomaniaco ganhou disparado. Sua crônica tá aquelas coisas, boa mas não a melhor, acho que o tema não nos ajudou pois estou achando a maioria um tédio. A sua não tá, por isso acho que valeu!!
ResponderExcluirGostei muito do sonho maluco, eu acrescentaria alguns detalhes para falar sobre o contexto da tribo indígena, Adriano Imperador (Didico) e Sergio Chulapa, fora isso, bom texto, mandou bem.
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