Uma representação da minha infância. Essa é a aurora do meu sonho. Tenho quatro anos
e estou no sítio da minha avó, jogando bola. Saudades.
Há um desfoque. O sonho corta pra outra parte.
‘’Mãe, compra um gibi da Mônica pra mim?’’
Acho que nada simboliza tão bem a minha infância quanto uma revistinha da Turma da
Mônica. Foi assim que eu aprendi a ler.
Mais um desfoque.
‘’Mãe, posso brincar na rua?’’
Ainda a infância. Com onze anos, brincar com os amigos na rua era a coisa mais
divertida de fazer. Jogar bola, pique, soltar pipa, bola de gude... Nostalgia.
Outro desfoque.
‘’Ah! Que saudade... ’’
Já não sou mais criança. Aqui possuo entre dezessete e dezoito anos. Penso em tudo que
eu vivi quando era mais novo e como todos os problemas pareciam tão pequenos
comparados ao prazer da infância. Ao mesmo tempo, reflito sobre aqueles que
conviveram comigo e ajudaram a construir essa época fabulosa, em que a felicidade está
numa caixa de bombons. Alguns já partiram, como a minha avó. Saudades.
Acordei.
Seria um sonho (e foi) voltar a ser criança. Rever amigos. Rever pessoas que foram
muito importantes para você. Agora, é o período da responsabilidade.
Escrever essa crônica, inclusive, é uma responsabilidade. Mas até que gosto.
Aurora da minha vida. Fase boa que não volta mais. Só em sonho. Espero que se torne
um sonho recorrente. Afinal, a memória é algo que permanece intacta com o tempo.
Como a memória da minha infância querida.
Peter Luís
Me identifiquei com a temática da infância, achei só que podia ter tentado passar um pouco mais das sensações de nostalgia e de ser criança. Gostei também da referência (não sei se proposital) ao Fagundes Varela em "aurora da minha vida"
ResponderExcluirIncrível como esse tipo de sonho (porque acredito que tu tenha acordado com o coração aquecido) e de crônica possa mexer conosco. Devo concordar com Zepilim que, poderia explorar um pouco mais as sensações de nostalgia e de como é ser criança. Ou, como era... Mas, isso não atrapalhou. Gostei.
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