sábado, 1 de setembro de 2018

Quando der, quando puder

Naquele sábado, estava de pé antes das 7:00h. Lembro que acordei mamãe e insisti pra que me deixasse usar o macacão florido que havia ganhado dele no último passeio, há quase três meses.
Na noite anterior, avisou que me buscaria logo cedo. 
Passei a manhã toda no quintal esperando, enquanto mamãe me observava da varanda. E quando entrei pra almoçar já era tarde. E eu chorava muito. 
Tinha medo que ele achasse que não tinha ninguém em casa, como me disse que ocorreu da última vez.
Acordei com a minha mãe impaciente ao telefone. Já estava de noite e ninguém havia aparecido ou sequer dado alguma satisfação. 
E essa situação virou rotina.
Às vezes, quando nos encontrávamos por acaso, ele dizia estar com muito trabalho, estudando ou que estava sem tempo. Que me buscaria assim que desse e quando pudesse. E eu não entendia porque nunca dava. 
Mas acabei aprendendo aos poucos, a lidar com ausência. 
Há alguns dias soube por uma colega, que ele vai se casar. E que terá um filho. E o meu maior desejo pra essa criança é que ela tenha um pai sempre. Não só quando der ou quando ele puder.

CastroADez

9 comentários:

  1. Entendi a ideia e o sentimento que tentou passar. Achei uma boa crônica, mas senti falta de maior elaboração e desenvolvimento das frases.
    Frases muito curtas, muita interrupção pelo ponto final, que poderia ser trocado pela vírgula, dando continuidade ao raciocínio da frase, ao invés de interrompê-lo.

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  2. Eu fiquei meio confuso no início, pq n tava muito certo sobre quem se tratava, mas ao decorrer do texto tudo foi fazendo sentindo e o final da aquela tocada no sentimental.

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  3. Gostei da ideia da crônica, mas achei o início um pouco confuso e o uso de muitos pontos finais não tornou a leitura fluída

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  4. Não achei nem um pouco confuso. Na verdade, achei um dos mais interessantes. Diferente da maioria, você não sublinhou o trauma, pelo contrário: deixou implícito no subtexto. Gosto muito disso. E acho que país ausentes é um dos maiores traumas que sebpode ter

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  5. O trauma trabalhado de maneira indireta e sutil garantiu o envolvimento do leitor com o texto. Recomendo usar menos pontuações da próxima vez para deixar o texto mais fluido. Além disso, seria interessante ter substituído mais vezes o pronome "ele". Bom texto

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  6. Fiquei um pouco confuso no inicio, mas uma boa ideia de texto no âmbito geral.

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