Tragédia iminente

Escrevo essa crônica com o medo do futuro. Penso que já tive outros temores que ao meu ver agora são completamente banais. É triste pensar como os tempos são difíceis para o liberdade, respeito e amor ao próximo. Em março de 2018 eu vi manchetes na qual uma mulher negra, mãe e defensora dos direitos humanos foi assassinada brutalmente. Um mês atrás, eu vi um dos meus lugares favoritos de infância ser queimado junto com todas as obras que eu via em domingos leves com pique-pega e o escorregão. Foram momentos assim, de crise e desespero de um sistema falho e cruel que levaram no passado a ascensão de líderes demagogos, e agora nessas eleições tudo pode repetir. Infelizmente, é difícil perceber que pessoas depositam sua fé em um homem que já se mostrou a favor da tortura e ao falar politicamente faz referências a coronel que atuou em um dos momentos mais trevosos da história brasileira, sendo responsável por colocar mulheres nuas em salas junto com cobras e abusadas sexualmente muitas vezes. É difícil pensar que um homem que é visto como salvador da pátria acredita ser desvio de educação relacionar-se com mulheres negras ou ser LGBT.  Mas espere. Um salvador da pátria? Que diz querer um Brasil para as maiorias? Que propaga que apenas a guerra civil trará mudanças ao país?  Mas como eu falei, períodos desastrosos levam a soluções radicais, e muitas vezes de curto prazo. O medo a uma esquerda democrática que é vista como incapaz vai eleger a ignorância, falta de empatia, violência e misógina. Espero que você leitor, não tenha esse sangue nas mãos e diferente de mim possa ter esperanças de um futuro justo, igualitário e onde principalmente os direitos humanos se estabeleçam e possam ser exercidos.

Hippolyte Leon