Querida tia Mari, eu sei que você não quer me ouvir. Sei que me considera moleque, imaturo e como você mesma diz "mal sai das fraldas". Apesar de tudo isso decidi tentar um diálogo por meio desta carta como sempre foi.
Sei que você terá inúmeras justificativas para qualquer crítica que eu faça a seu candidato e mesmo assim decidi falar.
Não só sobre as consequências para nossa família, embora elas existam temos uma boa condição e estabilidade. Como você mesma diz "se for preciso vamos embora do país".
Você já pensou na grande parcela da população que não pode fazer isso?
Eu sempre ouvi de vocês que violência gera violência e agora você apóia o método de combater a violência com mais violência?
Você acha mesmo que armar a população é a solução?
Já pensou se o ex namorado da Juliana tivesse uma arma naquele dia que ele ficou com ciúmes por ela está dançando? Podemos imaginar o que teria acontecido com sua filha, né.
Você concorda que o Caio e seu namorado tenham alguma doença por se amarem? Que eles mereçam sofrer por isso?
E seus alunos, tia? Você já pensou como será o futuro dessas crianças da favela? Não só em relação aos estudos, mas também ao dia a dia. Eles serão os alvos 24 h por dia.
E as mulheres? Você já se deu conta que os direitos conquistados até hoje podem ir para o ralo?
Percebe o quão ameaçador para você mesma é situação?
Peço que antes de ir até a urna pense em nós como um todo. Pense na nossa família chefiada por mulheres há duas gerações.
Pense no país e na situação em que ele está vivendo e como podemos mudar isso.
Pense no poder do seu voto e no valor que ele tem. Eu confio em você.
CastroAdez
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