A noite, (quase) toda noite, ele vem.
Ele. Ele mesmo. O pesadelo. As imagens mais assustadoras e os medos mais intensos que posso sentir. É como se estivesse em fuga, correndo, sempre. Em seguida, caio e me encontro em um buraco. Tudo ao meu redor é pavor, eu ouço vozes, arrisco dizer que as vozes que aparecem são familiares e elas me perseguem.
Tento ignora-las, tapo os ouvidos e sinto os toques e eles são tão reais que é como se meu corpo respondesse verdadeiramente a cada um. Estou sendo perseguida, me pedem pra desistir, eles me fazem desistir. Me punem agressivamente. Consigo sentir a dor de ser crucificada por ser eu.
Talvez seja meu cérebro dizendo que não posso viver sempre em declínio, entre o que eu posso ser e o que as pessoas esperam. Meu medo de adaptação, a pressão familiar e social e o sentimento de derrota recorrem a mim como pesadelos de perseguição e fuga.
Lua Cortes
Uau... estou sem palavras! Um texto curto, objetivo e profundo. Consegui sentir a emoção através das palavras e lendo em voz alta soa ainda melhor. Parabéns, Lua Cortes! ;)
ResponderExcluirExcelente texto, a mensagem foi transmitida de maneira direta, objetiva e extremamente impactante. Recomendaria o uso de mais detalhes, para deixar a obra ainda mais envolvente. No geral, está de parabéns, muito bom.
ResponderExcluirDireto ao ponto. Ótimo!
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