sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Intervalos Paranoicos

Eu sou juiz, júri e carrasco. E todas as suas miragens megalomaníacas de um futuro em que seguir
seus sonhos e ambições garante uma breve comodidade para a sua consciência calejada de tantos
golpes que a vida dá cairão por terra a partir do momento em que eu te consumir.
Esse momento é inevitável pois, cá entre nós, eu sempre estive com você. Em todas as vezes que
você mandou alguém pra PUTA QUE PARIU achando que é um ato simbólico de libertação desse
embrulho no estômago que distorce a forma como você enxerga tudo, te transformando nesse
animal selvagem que, na verdade, você sempre foi. É essa rotina arroz com feijão que deixa sua
visão egocêntrica, ignorando todos os milhões de universos dentro de cada pessoa à sua volta e
causando impulsos erráticos que te deixam perdido dentro do labirinto disléxico que é a sua mente,
mas que no final sempre vai te levar pra mim.
Essa atitude corrosiva que se manifesta a cada distúrbio externo que te faz desviar do caminho
linear que você tenta seguir pra sobrepor essa instabilidade revela alguém disposto a se livrar de
qualquer responsabilidade moral pra ter uma falsa sensação de que está tudo resolvido, e que com
isso, sua consciência voltará a trabalhar em paz na direção que você almeja.
O problema é que, não importa o quanto você lute, não tem como fugir de mim. Só de achar que
esse ato egoísta de resolver suas inseguranças patéticas e, ao mesmo tempo, privar milhares de
pessoas de seus devidos direitos por pura ignorância e apatia seja só um efeito colateral para você
conseguir ter sua paz de espírito, é exatamente aqui que eu ganho de novo.
E exatamente por você julgar tudo sem se julgar primeiro, que eu te declaro culpado.

Julian Castella

7 comentários:

  1. O ritmo das longas frases cheias de adjetivos dá um tom diferenciado pra crônica. Ríspida e direta. Achei diferenciada

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  2. Ótima cronica, foi bem direto e n tentou suavizar a situação. A verdade que a maioria dos eleitores do coiso n querem ouvir.

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  3. gostei da crônica, mas no inicio achei que você poderia tornar a linguagem mais acessível

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  4. Ótima crônica, com linguagem bem direta. Quase um paredão, onde você aponta o dedo pro coiso, ótima proposta.

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  5. Confuso. Bem escrito, mas foge um pouco da proposta.

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  6. Gostei do uso das suas palavras, me prendeu. Porém, concordo um pouco com Hippolyte Leon sobre essa tua jogada de palavras mais "difíceis", dá um luxo ao texto, mas eu acho que depende sobre o que está sendo falado, sabe? Mas, isso não tira o crédito do teu texto, foi bom. Quando usou o "puta que pariu", quando foi lido, achei que soou bem, se encaixou.

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  7. O uso do vocabulário mais refinado não me atraiu muito, acho que ficaria melhor com palavras de mais fácil entendimento. Fora isso, gostei bastante do texto e como foi escrito.

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