Tudo fora simples, rápido e traumático. Lá estava eu, sentada no banco do carona do carro do meu pai. Eu nunca sentava naquele banco, pois a rainha da minha madrasta nunca quis liberar o trono para outra pessoa, imagine pra mim... mera mortal! Mas, já que o sonho era meu, eu estava reinando. Entretanto, vos digo que, foi um péssimo dia para eu ser a rainha.
Lembro-me claramente que o meu telefone notificou uma nova ligação, e com a mão direita, o atendi. Era minha mãe se certificando de que eu não havia esquecido nada. Eu sou ótima em esquecer as coisas. Era noite e na descida da minha rua, deixei a janela do carro aberta, afinal, o tempo estava quente. Perdida naquela ligação e com o andar lento do carro sobre a rua com quebra-molas, senti um toque repentino, bruto, em meu pulso. De imediato pensei que fosse assalto, mas não! O toque sobre minha pele era forte e eu não conseguia esboçar nenhuma reação. Procurei o rosto do desconhecido, mas este se escondia atrás daquela luz distante do poste. Foi nesse impulso de tentar achar a face da tal pessoa que me segurava tão firmemente, que os meus olhos se abriram.
Um misto de sensações estranhas atravessou o meu corpo assim que acordei. Estranhamente eu conseguia sentir aquela dor do aperto mesmo depois de ter saído daquele sonho completamente confuso. Massageei o local apertado e mesmo sem luz de apoio no ambiente, tentei achar alguma marca ali. Não havia nada; como haveria? Foi um sonho... um sonho estranhamente real.
Billie Jean.
Me fez sentir sua agonia. Senti também as vezes que meus pesadelos se misturaram com a realidade e que merda que é, né?
ResponderExcluirBoa crônica. Gostei da divisão da parte do sonho em itálico.
Gostei da visualização passada no texto.
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