sexta-feira, 27 de setembro de 2019


            Desabafo


 Oii, mamy
     Começamos mais uma turnê, estamos indo para a Londres. Estou no jatinho, por isso resolvi escrever esse e-mail, você sempre me dá colo quando preciso. Depois de dois meses viajando começa a bater o cansaço...Oh como meus pés doem, sem falar das minhas costas, alguém pode chamar a massagista por favor?
      A saudade dos três é o que mais me mata, sinto faltar de tomar café e brincar com eles, os gêmeos estão aprendendo a falar, e me sinto muito culpada por estar perdendo esses momentos, também sinto falta da senhora. Tem momentos que dá vontade de jogar tudo para o alto e voltar para casa e não soltar eles nunca mais.
      Todos aqueles prêmios na estante tem seu preço, não pense que foi simples, você mais do que ninguém sabe, pois acompanhou tudo e sabe como eu lutei para chegar até aqui, ser mulher e negra nessa sociedade machista, confesso que não é nada fácil, por isso sou feminista mesmo e levanto essa bandeira, ter a minha banda composta por mulheres é uma das minhas maiores conquistas.
       Acho que se alguém me contasse que cantaria para um presidente ou seria uma das celebridades mais poderosas do mundo não acreditaria com certeza, tudo isso até hoje me parece muito bizarro e inacreditável.
     Bem vou ficando por aqui,estou bem e de um beijo nas crianças por mim.

        Bjs Te amo
Harry Potter

4 comentários:

  1. A ideia de sua crônica ser no formato de um e-mail me pareceu interessante, mas algumas coisas me incomodam com o desenvolvimento da proposta...a começar pelo tom dado ao texto que força uma informalidade que não está afinada com o tudo que é dito. A frase "Todos aqueles prêmios na estante tem seu preço, não pense que foi simples", por exemplo, é bastante explícita. Assim como várias outras espalhadas pelo texto. Não parece ser algo que uma celebridade escreveria num e-mail para a mãe, e sim, o que de fato o é: uma forma de fornecer informações ao leitor. Nesse sentido, a personagem só diz coisas que, a princípio, a mãe dela já sabe, ou deveria saber. Tudo isso colabora para uma sensação estranha, na qual o formato (e-mail) não combina com o que está sendo exposto, nem com a linguagem utilizada. Por outro lado, você conseguiu retratar uma celebridade muito conhecida, como a Beyoncé, num cenário mais particular, nos bastidores e isso ajuda o leitor com seu imaginário.
    Pense com carinho no que foi dito, avalie se faz sentido e use o que considerar relevante! Espero que meu comentário não te desmotive, mas que seja útil para suas próximas escritas... ;)

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    1. Achei sua crítica bem coerente,pois relendo com o seu ponto de vista,vi que vc tem razão.

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  2. Admito que demorei para descobrir quem era, mas não que isso seja negativo, aguçar a curiosidade do leitor é um ponto forte. Confesso que um texto curto como esse para se referir a uma personalidade tão importante frusta um pouco e talvez até por isso dificulte entender quem seja, mas o formato de carta pessoal traz intimidade e mostra o lado humano de uma celebridade divinizada pela mídia, embora como bem apontado por P.J. Souza, a estratégia que você utiliza é escrever com uma linguagem informal um pouco exagerada e meio descaracterizada para a personagem em questão, mas ainda assim entrega um texto simples e fácil de ser lido.

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  3. Adorei a proposta do texto de ter um ambiente mega informal de conversa entre uma mãe e filha e amei também quem você escolheu pra falar a respeito. No entanto, devo concordar com P.J Souza sobre o fato que faltou conseguir colocar melhor as descrições e pistas dentro do texto de maneira que não fique tão desencaixado ou case estranhamento. De fato, uma filha não mandaria um e-mail pra mãe com esse conteúdo extremamente descritivo. No mais, amei a ideia! :)

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