— Papai!
Olha que lindo, papai!
Grita a criança entusiasmada e de olhos brilhantes,
entregando uma flor ao seu possível melhor amigo, na praça por onde passo.
Será que um dia já fui essa criança? Não me lembro.
E olha que tenho uma memória boa, trago lembranças de
quando tinha dois anos de idade, porém nenhuma que remeta à alguma sensação de
companheirismo com o dito ser meu “pai”.
Digo entre aspas porque de fato, não me lembro do dia em que ele se comportou como tal. Mas tenho consciência de que essa “amnésia” não é um problema pessoal, mas um problema social bem mais presente na minha comunidade do que eu imagino.
Digo entre aspas porque de fato, não me lembro do dia em que ele se comportou como tal. Mas tenho consciência de que essa “amnésia” não é um problema pessoal, mas um problema social bem mais presente na minha comunidade do que eu imagino.
Quando presencio um relacionamento paterno fraternal, não
deixo de admirar, porque percebo que a paternidade é bem mais que poucos mimos
ou tentativas falhas de garantir a subsistência do próprio filho. É apego, é
confiança, é transmitir sabedoria e principalmente: é apoio incondicional.
Espero sempre que nós, antigas crianças sem entusiasmo
ante a figura paterna, possamos reconhecer que possuímos valor. Não estamos
fadados ao abandono, não somos insuficientes e quem não soube valorizar o nosso
desenvolvimento até aqui, é quem verdadeiramente perdeu muito.
Emma
Você começou seu texto de um modo muito descritivo. Você apresentou o ambiente tao bem que até eu me imaginei na Praça vendo aquela situaçao. Achei isso espetacular. Voce escreve muito bem, de verdade. Quanto a situação paternal, infelizmente tem pessoas que não conseguem ver um pote de ouro logo abaixo do seu nariz, não desista disso, você tem um jeito muito bonito de cativar com a escrita. Te desejo o melhor
ResponderExcluirObrigada, Carinha!
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