quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Tempos de insegurança
Era mais que um professor de música. Era um professor, que virou amigo. Há mais de oito anos se tornou parte dos meus sábados, me ensinando, me dando mais confiança, mais segurança. E no final das aulas, desejava uma boa semana, e um “até a próxima aula, se Deus quiser”. Infelizmente, Ele não quis.
Era mais que a falta de segurança. Era a insegurança de viver sem saber se quem é responsável por nos dar segurança, realmente nos proporciona isso. Afinal, quem tem a função de combater o “mal” pretende verdadeiramente ser do bem?
Como um bom exemplo do que é ser músico no Brasil, alternava entre as aulas de dia, e os shows nas noites com sua banda de baile, até de certa forma bem sucedida. E claro, tinha uma família, um filho que via no pai a inspiração do que queria para o futuro.
Porém, seu fim foi o mesmo de muitos trabalhadores, que ralam dia e noite para fazerem o que amam.
Estava saindo de um show, que, quis o destino de forma cruel, sua família estava junta. Passavam por um lugar que historicamente era e continua sendo perigoso. Foi quando, inesperadamente e inexplicavelmente, sem que pudesse ter qualquer reação, tiros foram disparados contra ele.
Morreu logo após ter feito o que amava, na frente de quem amava.
Tudo poderia ter sido evitado se algo tivesse feito, diante de tantos relatos do que acontecia corriqueiramente na região. Mas a inexistência da segurança pública fez mais uma vítima.
Para mim, apesar da tristeza do momento, agora ficam as memórias boas. Creio que para o seu filho pequeno também, mas não quero nem imaginar a dor que é perder o pai de uma hora para a outra. Mas sei que cada acorde que a vida faça ele tocar, será pensando em sua maior inspiração da vida.
Nathan Drake

2 comentários:

  1. Achei que faltou o entrelaçamento com você. Muito simples e banal.

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    1. Achei muito insensível de sua parte adjetivar um drama pessoal de alguém desse jeito. Comentário banal.

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