sexta-feira, 27 de setembro de 2019


  Teoria do grupo de secreto de fãs doidos            

Será que é possível continuar vivendo após a morte?
 Pera aí! Deixa eu me explicar antes que você abandone a leitura pensando que vou falar sobre coisas mórbidas e sinistras...
É que eu costumo frequentar os bares da minha cidade e não perco uma oportunidade de curtir uma musica ao vivo. E tipo, SEMPRE tem alguém –muito provavelmente com mais de 50 anos- que pede pra tocarem uma música de um cantor antigasso que já morreu fazem 3 décadas.
Por que não superam esse cara e as músicas dele?
Ok, ok ele foi o pioneiro do rock brasileiro e merece seu mérito, mas há um certo exagero...
Depois de muito pensar criei uma teoria: existe um grupo secreto de fãs que ainda não superaram a morte dele e fizeram um combinado de que em todos os lugares que fossem e que tivesse musica ao vivo, seria uma obrigação pedir para tocar uma dele.
Após essa teoria as coisas começaram a fazer mais sentido na minha cabeça, até porque ouvi falar que quando ele morreu, um grupo de fãs invadiu a igreja do cemitério entoando em uníssono uma música dele, foram direto para cima do corpo, a fim de resgatá-lo, levá-lo para passear, beber e fumar.Ou seja, do que esse fãs não são capazes de fazer né?
E agora graças a esses malucos, os cantores da noite, que se preparam para arrasar tocando O Sol de Vitor Kley, ou sei lá, tem uns mais ousados que se arriscam até a tocar umazinha do Legião Urbana , já sabem que se pedirem por  sugestão de música sempre vai ter um coroa que vai gritar pedindo pra tocar uma do pai do rock brasileiro.
Enfim, acho melhor nos conformarmos, porque enquanto esse grupo secreto de fãs doidos existir as músicas desse cara (meio cabeludo de barbinha num estilo cowboy fora da lei meio maluco beleza) vão continuar sendo a mosca que pousa em nossas sopas e que nem DDT consegue exterminar. Mas relexa, 4 minutos passarão rapidamente e quem sabe a banda agora não toca uma da Anitta?
Metamorfose Ambulante

7 comentários:

  1. O mais personagem mais óbvio para um pseudônimo como "Metamorfose Ambulante". Apenas gostaria de entender se a troca de cores durante o texto é proposital e se for que efeito procura transmitir. No mais, as referências a MPB e ao próprio personagem encaixam-se de forma sútil.

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    1. A troca de cor não foi proposital não, deve ter acontecido algum errinho na postagem.

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  2. Adorei o texto! Uma forma bem divertida de abordar o tema proposto!

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  3. cara adoro a forma que você escreve, de uma maneira muito descontraída. isso faz com que o leitor acompanhe seu ritmo. ótimas referências e da pra sacar logo no começo. se você escreve sobre outra pessoa não iria fazer sentido fkfkfkkf

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  4. Sou suspeita pra falar por ser fã do cara mas mano, gostei muito da sua cronica, sua conexão com o leitor é feita de forma sutil e leve, as referencias são ótimas!!

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  5. Apesar de preferir ser essa metamorfose ambulante, o meu gosto pelo Raul nunca muda! Eu o odeio!
    Brincadeira, gosto muito, assim como gostei muito da sua crônica. Da forma como teorizou uma sociedade secreta apenas para justificar um meme eternizado para sempre na música brasileira. Muito criativo!
    A reflexão do final também é muito importante. Será que o "Toca Raul" não se passa de um meme ou as pessoas de fato ainda o valorizam mesmo depois de anos da sua morte?
    Parabéns! Viva a sociedade alternativa

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  6. Foi bem criativo a forma com que o texto foi se desenvolvendo. Como não escuto muitas músicas antigas fiquei caçando na minha mente, mas com as referências do final eu pude achar na minha memória sobre quem você estava falando. Obrigada pelas referências mais óbvias hahaha.

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