quinta-feira, 12 de setembro de 2019


Sobre mudanças
 Eram nova e meia da noite e eu estava em um sofá que não é meu pensando sobre o que eu poderia escrever, ás 21:38 decidi que eu falaria sobre mudanças porque sou apaixonada pelo novo e pelo imprescindível. Mas sempre que tomei uma decisão sem pensar muito sobre suas consequências, não foram poucas as vezes que me ferrei, e de tanto me ferrar, aprendi na marra que não é bom tomar uma decisão sem pensar ou “deixar o destino agir”, até porque muitas vezes decisões minhas afetam a vida das pessoas ao meu redor.
 E o ano de 2019 começou com grandes mudanças, não só para mim que tinha acabado terminar o ensino médio e estava sendo obrigada escolher o que queria fazer da vida agora, mas também para cerca de uns  202.768.562 de brasileiros porque no primeiro dia do ano assumiu a presidência um homem que eu já sabia que iria tornar vida do brasileiro ainda mais difícil com seus ideais tão sujos, com sua falta de respeito e tolerância, com suas ameaças à democracia, e  acima de tudo com sua clara incapacidade de governar o país. 
 As pessoas que o elegeram votaram na “mudança”, acreditaram que os ideais medievais divulgados por correntes no whatsapp seriam uma opção de salvação para o país. Por isso, se me pedissem para definir em uma palavra o que foi o começo do ano para mim eu, sem dúvidas, responderia “incerteza”. Aliás, pela primeira vez, eu comecei o ano sem a certeza de que em fevereiro eu iria retornar para o colégio e encontrar meus amigos de sempre, porque agora eu precisava escolher um curso e uma faculdade e, para isso eu precisava entender o que sou, o que quero, no que acredito, na medida do possível.
 Foi um processo dolorido, mas acho que se descobri e se tonar o que você precisa e quer ser é assim mesmo. Hoje estou satisfeita com as minhas ultimas escolhas e mudanças, mas ainda sofro pelas mudanças que o atual governo vem fazendo no país. Há uma crescente falta de empatia, tolerância e respeito, além disso, há também preocupações com as queimadas na Amazônia que aumentaram cerca 228% (comparado a 2018), a educação pública está ameaçada com o projeto “Future-se”,  nossos alimentos estão cada vez mais infectados por agrotóxicos pesados, a reforma da previdência daqui a pouco não vai permitir que ninguém se aposente.
 Sim, eu ainda prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, continuo amando as surpresas e o inesperado. Mas se for para mudar, que as mudanças sejam para melhor e, se caso der errado, porque as vezes as coisas não saem como planejamos, que haja ao menos uma válvula de escape para concertar o que está não está bom. Eu não planejei estar morando em um país com um governo internacionalmente reconhecido por um viés autoritário, mas já que estou, o melhor que posso fazer é militar ao lado da oposição, ao lado das minorias representativas, ao lado de quem preza por um Brasil menos desigual.
Metamorfose Ambulante

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