Tudo começou em 1968,com o nascimento da minha mãe durante a Ditadura Militar no Brasil,uma época onde o tradicionalismo e o fundamentalismo reinavam no país.Os anos foram passando e a relação entre mãe e filha cada vez mais se desgastava.Na infância e adolescência,minha genitora sofreu traumas inesquecíveis que carrega com si até hoje,e todos eles envolvem o relacionamento péssimo que vivia em casa,chegando até a sair de casa com 17 anos.
Já na fase adulta de minha mãe,pouco se alterou: uma relação deteriorada apenas piorou com o meu nascimento.Hoje em dia,elas não se falam,e meu único contato com minha vó é através de ligações,que duram cerca de quarenta minutos,visto que ela está com depressão e síndrome do pânico,e sua única forma de desabafar é quando ligo.Até poucos anos atrás,vivia sozinha em uma casa confortável,entretanto,com o progresso de suas doenças,ela preferiu se instalar em um asilo desgastado em Quintino,visto que sua instalação na mesma casa que minha mãe era inviável,fato que nos afastou mais ainda e piorou seus problemas psicológicos.
Sinto grande peso e culpa,por não saber como ajuda-la e também por ter pena e carinho por uma pessoa que fez tanto mal à minha mãe ao ponto do laço familiar ser rompido.Meu psicológico não consegue diferenciar se o que sinto por minha vó é um amor natural ou comiseração.Nem tudo são flores,mas quando forem,regue-as.
Somália Sucessada
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ResponderExcluirÓtima crônica, mas sinto falta dos espaços depois dos pontos e das vírgulas...
ResponderExcluirDesejo que você consiga se livrar dessa culpa, pois sua parte já está sendo feita!
Excelente crônica, Sucessada... não conhecia a palavra "comiseração", obrigado por enriquecer o nosso vocabulário!
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