Um novo ciclo começava, uma nova fase em sua vida, uma nova cidade, novos caminhos, novas pessoas, novas amizades, novas personalidades, tudo era novo. Se bobear, até mesmo aquela roupa preta com rosa era nova.
Era um menino tímido, que naquele instante tinha o olhar perdido pelo novo mundo que tentava mapear. Parecia em alerta, como uma presa na savana, preparado contra qualquer movimento brusco das pessoas que ali passavam.
Só após alguns goles de uma dose de coragem, naquela caçulinha mais gordinha e colorida, decidiu arriscar. Com calma, foi chegando perto daquela festa toda, esperando apenas uma brecha, como um ataque de um predador, para arremessar um “oi” e sair correndo. Não corra, fique. Aqueles segundos pareciam durar a eternidade, não sabia o que dizer. As mãos suadas, as pernas tremendo, o coração palpitando em ritmo acelerado como a música que tocava, eis que lançam o enigma mais importante até que o próprio nome: “jornal ou publi?”
“Jornal”, bem baixinho, ele respondeu. Junto ao sorriso no rosto de alguns dos jurados veio o alívio imediato, uma mistura de paz e alegria com a sensação de pertencimento que pareceu transformar a presa em um novo predador da matilha. A tempestade tinha passado, agora é hora de balburdiar, viver essa nova vida e aproveitar cada momento. Vai ser feliz amigo! O pior já passou.
Bem-vindo!
Brócolis Verde
Estrutura textual muito boa. A descrição ficou boa mas, contém poucos aspectos peculiares de uma pessoa específica, parece estar descrevendo todos os calouros de jornal.
ResponderExcluirGostei muito da maneira que a crônica foi organizada, mas concordo com Shrek... as características genéricas dificultam que adivinhemos quem é a pessoa
ResponderExcluirConcordo com os comentários anteriores. Apesar da boa estruturação e da forma como foi escrita, e apesar também do tema ser bastante recente e relevante para todos nós, acabou por ser um texto com certa generalização, já que pode se tratar que qualquer um de nós.
ResponderExcluirSe o objetivo do texto fosse justamente retratar um grupo de pessoas, a sua crônica estaria perfeita! Gostei muito, apesar de não conseguir identificar o dito cujo.
ResponderExcluirGostei principalmente do vocabulário -especialmente na parte em que se refere ao Corote - e do final, que me foi muito satisfatório.
Parabéns, Brócolis!
Olá, Brócolis. A sua crônica é bastante especial pra mim pelo fato de me fazer identificar com a situação. Na verdade, pra todos os calouros de Jornalismo e até outras pessoas ao relembrar da sua época de calouro. No entanto, foge muito a proposta de descrever alguém. Uma sugestão caso seja nesse momento retratado que você queira usar pra descrever alguém, seria focar nessa memória e deixar mais explícito o que você lembra, como você viu aquela pessoa. Use frases como: e seus cabelos escuros disfarçavam o vermelho que se formava em suas bochechas. Assim, você descreve a pessoa fisicamente mas também comportamentalmente.
ResponderExcluirA crônica está muito bem escrita, porém acho que não descreve ninguém em especial, como outras pessoas destacaram anteriormente. Queria destacar o bom uso do mascote do nosso curso como um simbolo de integração, como quando o lobo entra na matilha!
ResponderExcluirOi, Brócolis. Adorei a sua crônica!!! Me diverti com a referência ao corote ("...alguns goles de uma dose de coragem, naquela caçulinha mais gordinha e colorida...") e gostei muito da reflexão que você propôs ao colocar a pessoa com a qual o tímido conversa em uma posição de "jurado" ("Junto ao sorriso no rosto de alguns dos jurados veio o alívio imediato..."), pois é exatamente assim que a pessoa tímida encara/enxerga o seu redor, sentindo-se sempre observado e avaliado sendo que isso, muitas vezes, só acontece em sua mente mesmo. É algo de certa forma "criado" por ele, impedindo-o de se expressar totalmente. Ao contrário dos colegas, não vi a escolha da temática grupal como um problema frente a proposta do professor... Inclusive, achei o texto mais interessante ainda por provir dessa ideia, pois isso permitiu uma grande identificação do leitor com o conteúdo lido, aspecto fundamental em um texto. Além disso, na minha visão, você retratou UM PERSONAGEM comum: uma pessoa tímida encarando inúmeras novidades e mudanças que chegaram ao mesmo tempo... Julgo que seria a mesma dinâmica de um texto descrevendo mães por exemplo, visto que o leitor pensaria imediatamente em uma "figura/personagem geral" ao ler, o que não necessariamente corrompe ou prejudica perspectivas e representações particulares. Enfim, muito bom!
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