sexta-feira, 20 de setembro de 2019

 PRECISAMOS FALAR DE EDUCAÇÃO SEXUAL

Onde você estava aos 10 anos? Bem, eu provavelmente estava em casa, vendo meus desenhos, jogando meu nintendinho, comendo muitas porcarias por aí, sempre me divertindo, brincando, vivendo na inocência que a idade e a época me permitiam.
Infelizmente, não estou aqui para fazer uma sessão nostálgica com você, meu caro amigo leitor. Esses dias, zapeando por uma dessas redes sociais, li uma noticia que me abalou e me trouxe uma sensação de agonia, tristeza e medo, sentimentos distintos, mas misturados, em uma fusão complicada até mesmo na hora de expressar, e que compartilho com vocês a seguir, confessando que foi difícil até de ler e expor esse fato por aqui.
O caso aconteceu no Ceará, mas acontece até hoje no Brasil inteiro, uma menina de apenas 10 anos pulou do primeiro andar de sua residência para fugir de uma tentativa de estupro do próprio pai. Respire, como eu fiz, sei que a manchete já deve ter sido um momento complicado de leitura, mas pense que isso é um caso comum no Brasil, e são raras as crianças e adolescentes que conseguem fugir ou pedir ajuda, muitas não tem nem ideia daquilo que acontece, uma naturalização triste, mas comum por se tratar de uma figura familiar como pai, tio, padrasto... RESPIRE!
Como um bom brasileiro, vou lhe trazer um motivo para ver uma luz no fim desse enorme túnel imerso no caos e acalmar esse coração, que imagino que assim como o meu, deva estar apertado ao pensar em tudo que viveu essa menininha, num cenário familiar que deveria ser de amor e proteção. Peço então que você me acompanhe nesse momento de reflexão, pense em como, mesmo no cenário familiar e na inocência dos 10 anos, a menina não deixou esse ato do pai torna-se algo comum e natural, decidindo fugir e buscar ajuda na porta de um vizinho que contou que a menina pediu socorro pois o pai queria estuprá-la.  Por que e como o uso desse termo, mesmo ele falado por uma criança de 10 anos? Ambas as respostas podem estar em um único tema, a Educação sexual.
Imagino que você deve estar pensando, “ah, lá vem ele com esse papo de esquerda querendo ensinar sexo para as crianças”, e é exatamente aí que eu quero chegar. Meu caro leitor, peço desculpas pela indelicadeza, mas as crianças já estão transando, e não estou falando apenas dos casos de violação sexual. Veja por exemplo as milhares de gestações precoces, que atingem principalmente meninas menos favorecidas, moradoras de periferia, sem acesso a informação, que deveria ser gratuita e acessível a partir da educação pública, uma vez que é um assunto de grande impacto social e  que muitos pais ou simplesmente não conseguem abordar o tema SEXO com os próprios filhos, ou então são responsáveis por esses tristes dados, como na noticia já citada. Pense em como poderíamos reverter esse quadro ao ensinar aos mais jovens tanto sobre as DST’s quanto sobre abusos sexuais, independente de onde venham, quebrando essa naturalização que existe em muitos dos casos, até mesmo em relacionamentos estáveis, e ajudando as meninas a conhecer e controlar seu próprio corpo.
Por isso que eu vos digo, não se trata de “kit-gay”, “mamadeiras”, ou essas verdadeiras balbúrdias que recebemos pelo “zap”. Se trata de ensinamento, conhecimento e preparo de uma geração cada vez mais precoce, e que precisa ser cuidada e controlada, com muito amor, carinho e EDUCAÇÃO. 

Brócolis Verde

Um comentário:

  1. A ideia do tema foi muito boa porém, o desenvolvimento ficou muito extenso e cansativo por conta da notícia do estupro, poderia ter sintetizado melhor esta parte. Além disso, pôde-se observar alguns erros de pontuação e vírgulas, com alguns períodos muito extensos. Apesar disso, o texto é muito bom mas, poderia ser um pouco mais direto.

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